Rio+20

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Caros leitores, é motivo de esperança a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que acontece 20 anos depois da célebre Rio 92. A preocupação de todos pelo desenvolvimento sustentável em um mundo marcado pela desigualdade social, pela pobreza e pelo desrespeito ao meio ambiente é boa.

Se persistimos no modelo de desenvolvimento da maioria dos países do mundo atual, irremediavelmente, nos autodestruiremos. O lucro buscado como fim em si mesmo e não como meio de um autêntico desenvolvimento humano, exaure e inutiliza os recursos naturais do planeta e oprime os países mais pobres, com repercussões para todos os habitantes da Terra.

O olhar da Igreja em relação a esta reunião é o olhar da razão iluminada pela fé. O Núncio Apostólico e Observador Permanente da Santa Sé junto à ONU, Dom Francis Chullikatt, enfatizou nos meios de comunicação a preocupação central da Igreja em que a vida humana ocupe o centro das discussões. Assim, a Igreja é a voz dos países mais pobres e em desenvolvimento, defendendo seus direitos e evidenciando que o bem do homem é a marca do verdadeiro desenvolvimento sustentável.

Há um forte discurso de “sustentabilidade” defendendo métodos e práticas que vão diretamente contra a dignidade da vida humana, como são as políticas de controle de natalidade, e um programado desvio do foco para longe dos graves e reais problemas sociais causados pela desleal política econômica existente entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos.

Os que mais sofrem com as mudanças ambientais causadas pelo modelo atual de progresso são os mais pobres. Aqueles que não podem migrar para regiões mais seguras e mais providas de recursos naturais, os que não contam com a ajuda internacional por não poderem retribuir, os que não têm possibilidade de reivindicar os seus direitos, os que são alvos marcados das políticas “abortistas”...

No tocante ao controle de natalidade a Igreja sempre defendeu que este não é um meio para se conseguir o progresso desejado. Na população mundial está a solução para um crescimento sustentável, pois é o fator humano que cria soluções. Em sua última encíclica social, o Santo Padre, o papa Bento XVI abordou esta temática quando disse: “A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento” (CV, 28). Não há sentido em pensar o progresso e a ecologia sem uma preocupação com o bem do ser humano. Este deve ser o objetivo a ser alcançado por nossos esforços.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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