Ressuscitados com Cristo

terça-feira, 02 de abril de 2013

Caros amigos, hoje estamos muito felizes porque pela liturgia da Igreja fizemos mais uma vez a experiência da ressurreição de Cristo. E podemos dizer, sem reparos, que fomos verdadeiramente ressuscitados com Ele.
A graça de Deus, que encontrou-nos mortos por causa de nossos pecados, é capaz de nos dar uma vida nova não em um obscuro sentido figurado, mas realmente e de fato. A luz do Ressuscitado não se limita a iluminar nossa Inteligência para evitarmos o pecado, não é somente a feliz conclusão do grande bom exemplo da paixão de Cristo. Mas, em verdade podemos experimentar o “espírito daquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos” (Rm 4,24); força esta que temos a oportunidade de acolher, e pela qual teremos em nós a verdadeira alegria.
Jesus nos deu vida nova pela sua ressurreição, mas precisamos acolher os frutos desta vitória com “ânimo e esforços renovados”: viver como seres amados por Deus, homens e mulheres novos, porque estamos libertos, porque somos filhos!
As celebrações da quaresma e da semana santa, quando bem vividas, nos predispõem a acolher este dom que vem de Cristo Jesus. Deus nos convida a fazer esta experiência.
Muitas vezes somos tentados a crer no fracasso, na derrota definitiva: tentados a desistir... Entretanto, nosso Deus nos levanta e nos ensina que a vitória verdadeira coexiste com a luta diária, com o constante levantar-se, com a paciência, com a disciplina e superação que nossa atual condição exige.
Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica que “existe um duplo aspecto no mistério pascal: pela sua morte, Cristo liberta-nos do pecado; pela sua ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida. Esta é, antes de mais, a justificação, que nos repõe na graça de Deus, ‘para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos [...], também nós vivamos uma vida nova’ (Rm 6, 4). Esta consiste na vitória sobre a morte do pecado e na nova participação na graça; realiza a adoção filial, porque os homens tornam-se irmãos de Cristo, como o próprio Jesus chama aos discípulos depois da ressurreição: «Ide anunciar aos meus irmãos» (Mt 28, 10). Irmãos, não por natureza, mas por dom da graça, porque esta filiação adotiva proporciona uma participação real na vida do Filho, plenamente revelada na sua ressurreição” (n. 654).
Em nossa realidade de ressuscitados para uma vida nova, não cabem as “obras mortas do pecado”. Que o tempo pascal que se estende até a solenidade de Pentecostes seja repleto da luz que todos recebemos da ressurreição de Cristo.

Dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo diocesano
de Nova Friburgo

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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