As religiões e as ideologias

terça-feira, 14 de julho de 2015

Caros amigos, no artigo anterior, refletimos sobre o que são as ideologias e a manipulação das massas. Penso em falar, nesta reflexão, um pouco mais de “religião”.

Primeiramente, é importante estarmos muito conscientes de que uma “religião” não é simplesmente boa. Muitos são os que dizem por aí que “qualquer religião é boa”, mas certamente não refletiram suficientemente sobre o que estão afirmando. Uma religião é boa quando confirma os laços mais puros e naturais entre o homem e seus semelhantes, o homem e o mundo, e o homem e seu Criador. 

Com seu discurso sobre as verdades mais elementares e importantes, as religiões podem ser uma importante arma contra a “manipulação ideológica”. Mas, quando caminham inteiramente à margem da verdade objetiva, podem ser veículos ainda mais poderosos de manipulação.

A verdadeira religião busca apaixonadamente a verdade e nunca poderá fechar-se ao diálogo com a razão humana, pois sabe que Deus é a verdade. De fato, “quem tenta perscrutar com humildade e perseverança os segredos das coisas, ainda que disso não tome consciência, é como que conduzido pela mão de Deus” (GS 36, 2). 

Assim, quando a religião defende a vida desde os primeiros momentos da concepção, não o faz simplesmente por uma “revelação divina”, mas porque a vida humana começa de fato desde o momento da concepção. Este é um dado científico que desmascara o famoso argumento do “direito da mulher”, que não leva em consideração os direitos daquela vida indefesa que ainda está em gestação.

O mesmo acontece com outros temas como o direito à vida até seu declínio natural, o momento correto das relações sexuais, a liberdade de consciência, o direito e dever intransferível dos pais de educar seus filhos, o planejamento familiar maduro, entre outros.

Se as religiões são atacadas, é porque talvez sejam as únicas vozes dissonantes em um mundo que já se rendeu à cultura do bem-estar egoísta, do descartável, do fácil e do manipulável. Populações inteiras são induzidas a resolver seus graves problemas sociais a partir da pergunta: O que é mais fácil? A religião insiste em perguntar: O que é mais verdadeiro? O que é mais digno? O que é melhor?

É muito fácil seguir a opinião da propaganda ideológica. Como Bispo, peço que sejamos mais críticos sobre isso e que tenhamos sempre o discernimento, que é Dom de Deus, para avaliarmos com sabedoria a realidade em que vivemos.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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