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Recapitular todas as coisas em Cristo
segunda-feira, 01 de setembro de 2014
Caros amigos, pensemos por um momento sobre a missão da Igreja. Nosso Senhor quis, indubitavelmente, fundar uma religião, uma Igreja, conforme Ele mesmo disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 15, 16); e, como ensina o Concílio Vaticano II: "O Senhor Jesus iniciou a Igreja pregando a Boa Nova, isto é, o advento do Reino de Deus prometido nas Escrituras há séculos: ‘Porque completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo’ (Mc 1, 15; cfr. Mt 4, 17)” (LG 5).
Assim, é dado à Igreja a missão de continuar a obra de Cristo no mundo. Uma missão que "não é de ordem política, econômica ou social. Pois a finalidade que Cristo lhe prefixou é de ordem religiosa” (GS 42), mas "é ao mesmo tempo sinal e salvaguarda do caráter transcendente da pessoa humana” (Idem, 76).
Sem dúvida, Nosso Senhor veio à Terra para instaurar o Reino de Deus, e a Igreja é sinal e cumprimento paulatino deste Reino de Amor, que não se faz a partir do visível e material, mas se manifestará sensivelmente quando "atingirmos o estado de adultos, à estatura de Cristo em sua plenitude” (Cfr. Ef 4, 13). Cada homem na face da Terra é destinado a esta plenitude e vive esta tensão em direção ao Reino de Deus consumado. Em auxílio a todos os homens de boa vontade, a Igreja é missionária e incessantemente celebra a Eucaristia, pois atualiza a obra de nossa redenção sempre que o sacrifício da cruz é oferecido sobre o altar (Cfr. LG 3).
"Eucaristia e missão”, tema de nosso Ano Eucarístico, quer recordar a todos que não podemos ser católicos pela metade. A Boa Nova de Cristo deve englobar todos os aspectos da existência cristã. A este respeito dedicou belas palavras o nosso Papa Emérito, Bento XVI: "Uma vez que abraça a realidade humana do crente em seu concretismo cotidiano, a Eucaristia torna possível dia após dia a progressiva transfiguração do homem (...). Nada há de autenticamente humano — pensamentos e afetos, palavras e obras — que não encontre no sacramento da Eucaristia a forma adequada para ser vivido em plenitude. (...) Assim, o culto agradável a Deus torna-se uma nova maneira de viver todas as circunstâncias da existência, na qual cada particular fica exaltado porque vivido dentro do relacionamento com Cristo e como oferta a Deus” (Sacrametum Caritatis, 71).
Levar a todos os homens este admirável modo de viver com Deus, fiel ao depósito recebido dos apóstolos, é a razão de ser de nossa Igreja missionária e eucarística.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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