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Quaresma: 40 dias de conversão - 14 de fevereiro 2012
Caros amigos, mais um ano nos aproximamos do “tempo quaresmal”—quarenta dias de preparação para a grande celebração da Páscoa do Senhor Jesus.
No início da Igreja de Cristo, não havia exatamente um período penitencial que preparasse para a celebração da Ressurreição de Jesus, pois os cristãos viviam de modo muito intenso a sua fé que, frequentemente, era agredida por ameaças e perseguições de vários tipos. Logo após o tempo das perseguições, os grandes bispos da Igreja começaram a aconselhar aos fiéis um tempo especial de reflexão e penitência de preparação para o Tríduo Pascal. Assim fizeram Santo Atanásio, São Cirilo de Jerusalém, Eusébio de Cesareia, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, tal como o comprovamos em seus escritos. Não se sabe exatamente como esta prática se estendeu por toda a Igreja, mas o certo é que já se universaliza no século V, inspirada nos 40 dias de jejum dos santos do Antigo Testamento: Moisés e Elias (cfr. Ex 34, 28; I Re, 19,8), e, sobretudo, no jejum de 40 dias de Jesus no deserto (cfr. Mt 4, 1-2).
No Brasil, este período é enriquecido pelas reflexões da Campanha da Fraternidade, quando nos reunimos para meditar sobre um tema de fraternidade, sobre um tema relevante para as comunidades e para a sociedade de maneira geral. Este ano meditaremos sobre a saúde pública.
O importante é que vivamos a quaresma em seu real valor de preparação para a grande celebração da Ressurreição, o que faz dela um tempo de penitência, de conversão de vida, de incremento da oração e da caridade fraterna.
Cristo morreu por nós para que fôssemos resgatados do pecado e admitidos como filhos e filhas de Deus, ou seja, irmãos uns dos outros. De modo que somos convidados a deixar tudo o que contradiz esta condição filial para nos “aproximarmos com confiança do trono da graça de Deus” (cf. Hb 4, 16).
Para isto é necessário que todos os dias confrontemos nossa vida com a mensagem do Evangelho, vivamos com mais ardor a vida comunitária, reflitamos sobre nossa ajuda aos mais necessitados e intensifiquemos nossa oração. Nosso esforço pessoal e comunitário nestes pontos tradicionais demonstram nosso amor a Deus e o valor que damos a salvação que Ele nos trouxe.
“Que a salvação se difunda sobre a terra!” (Eclo 38, 8). Que vivamos a justiça e o amor! Estes são os desejos do Bispo Diocesano para todos os meus queridos filhos e filhas neste tempo quaresmal. Nossa conversão é a melhor contribuição que podemos dar à nossa existência e ao mundo que nos rodeia.

Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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