A providência do Pastor

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Caros amigos, na obra de salvação da humanidade, Deus sempre escolheu homens e mulheres para serem os guias de seu povo. Não somente com aquela liderança visível, que é própria da hierarquia, mas também por caminhos mais discretos que passam despercebidos por muitos, mas que deixam uma profunda marca na comunidade. Um exemplo deste último modo foi o de Maria, a mãe de Jesus. Ela não teve nenhum poder hierárquico dentro da Igreja, porém, ninguém marcou tanto a história do Cristianismo com sua vida e exemplo quanto ela.

Em todo caso, seja por ofício ou por um carisma especial, os pastores devem ser uma luz para os problemas mais imediatos de seu tempo. E, o nível de suas respectivas responsabilidades é proporcional aos bens que zelam ou produzem, seja pelos exemplos que atraem, seja pelas palavras que edificam.

Ser líder, portanto, nunca poderá ser apenas uma tarefa a cumprir, pois sua importância exige dedicação e sacrifício. Não é um emprego, é uma vocação! Assim, em cada família, os pais devem ser os pastores de seus filhos e os mais velhos devem ser exemplos em suas comunidades. Maior compromisso têm ainda os ministros da Igreja, cuja responsabilidade aumenta à medida da importância dos bens que eles custodiam e distribuem.

Independentemente de sua posição no Corpo Místico de Cristo, nenhum cristão pode perder de vista esta “vocação de pastoreio”, que é dever de caridade para com o próximo e nos aponta para Jesus Cristo, o Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas (Cfr. Jo 10). Por isso, é inadmissível que conservemos no coração aquelas amargas palavras do velho Caim: “Acaso sou eu o guarda do meu irmão?” (Gn 4, 9). Devemos sustentar nossa resposta afirmativa: Sim, somos os guardiões de nossos irmãos. E deste encargo daremos contas a Deus!

Muitos discípulos se perdem numa falsa necessidade de autopreservação, extrapolando o que é justo e sadio, para viver um “egoísmo piedoso”. Para estes, é necessário dizer que o comprometimento comunitário não é a antítese da alegria, mas justamente a condição para a autêntica realização pessoal. Pois, aquele que só ajunta para si, ainda não entendeu a lógica do Reino dos Céus e nem da própria existência.

Um dia, inevitavelmente, deixaremos tudo para trás. O pastor é aquele que aceita livremente a proposta do Reino e caminha a frente das ovelhas para o termo feliz da história, onde seremos recolhidos como único rebanho no aprisco do único Pastor.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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