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Professo a fé dos apóstolos - 28 de junho 2011
Caros amigos, nossa fé recebemos dos apóstolos. Esta é uma de suas características mais importantes, pois na Igreja experimentamos a presença permanente da palavra e da vida de Jesus no seu povo, mas, para estar presente, esta palavra necessita de uma pessoa que a testemunhe. Estabelece-se, assim, uma relação de reciprocidade: por um lado, a palavra necessita de alguém que a proclame, mas, por outro, a testemunha está ligada à palavra que lhe foi confiada. Esta reciprocidade é característica da estrutura da Igreja, que é apostólica.
São Pedro o expressou desta forma: “Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo. (...) Ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com Ele. E nós somos testemunhas de tudo o que fez na Judeia e em Jerusalém. Eles o mataram, suspendendo-o num madeiro. Mas Deus o ressuscitou ao terceiro dia”. (At 10, 36.38b-40a)
Deste modo, os apóstolos e seus sucessores, os bispos, são testemunhas autorizadas das palavras e dos atos de Cristo, e a fidelidade a este depósito da fé, assegurada pelo Espírito Santo, é a garantia da autenticidade de suas palavras.
É pela palavra e autoridade do Senhor Jesus que pastoreamos o rebanho de Deus, e qualquer outro caminho diferente deste deve ser visto como enganoso, pois “aquele que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador” (Jo 10, 1). Cristo é a “porta” (cfr. Jo 10,7) e o “bom pastor” (cfr. Jo 10, 14) que nos confia o cuidado dos seus — ofício do qual prestaremos contas, não aos homens, mas ao próprio Deus.
Assim, os cargos na Igreja não devem ser entendidos somente como “dignidades”, mas como a realidade de um serviço que é cada vez mais exigente e absorvente de nós mesmos. O tempo que vivemos exige um testemunho mais veemente. As palavras estão desgastadas e o que se requer dos que servem a Deus é que sejam testemunhas vivas, eloquentes, cuja vida fale mais do que as palavras.
Em primeiro lugar, por força do nosso batismo, somos todos chamados a este generoso serviço, mas é sob a guia de alguns, estreitados de forma mais íntima a Cristo sumo e eterno sacerdote, que nos reconhecemos como povo de Deus e somos alimentados pela Sua Palavra. De modo que, se aparece alguém pregando outro Jesus, diferente daquele que temos pregado, ou outra palavra, diversa da que recebemos dos apóstolos, não os ouçamos, antes proclamemos a beleza da unidade em Cristo.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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