Pensar na juventude

"Um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo. Menos experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! Isso é algo comum a todos os jovens. Então eu diria que, de uma forma geral, é preciso ouvir os jovens, dar lugares de se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados” (Papa Francisco).

Caros amigos, quis começar este artigo com esta citação do Santo Padre sobre a juventude por tratar-se de um dos temas que trago no coração ultimamente. Assim como ao Papa, também preocupa-me a manipulação ideológica da juventude, que quase sempre acontece pela via da "desinformação”.

Nos sombrios tempos de guerra, mas também na aparente "paz democrática” em que vivemos, a "desinformação” é utilizada e tem particular impacto na juventude. Por exemplo, para se conseguir o apoio popular para o aborto ou outras causas estranhas ao "senso comum” brasileiro, se expõe com particular ênfase um caso dramático de uma mulher que morreu durante um aborto clandestino; acrescentam-se, em seguida, estatísticas que não distinguem entre "abortos provocados” e "abortos espontâneos”, e temos a impressão de que "uma legião” está a favor do aborto; por fim, não são discutidos outros dados importantes: os traumas psicológicos causados na mulher que aborta e a satisfação própria de se ter uma criança, os casos de mulheres que abortaram por imposição dos pais ou namorado, o imenso número de mulheres que queriam abortar, mas não o fizeram, e hoje agradecem o fato, etc.

A juventude é particularmente vulnerável a estes argumentos porque é particularmente vulnerável à desinformação. Mas qual é o caminho para provocar no jovem uma reflexão integral, sadia e sem partidarismos? O Santo Padre nos dá uma pista para esta reflexão, mas cada leitor poderia dar também sua própria sugestão.

Diz o Papa: "Há pessoas que buscam a exploração de jovens. Manipulando essa ilusão, esse inconformismo que existe. E depois arruínam a vida dos jovens. Portanto, cuidado com a manipulação dos jovens. Temos sempre que ouvi-los. Cuidado. Na família, um pai, uma mãe que não escutam o filho jovem, o isolam, geram tristeza na alma dele. E não experimentam uma troca enriquecedora. Sempre há riqueza. Evidentemente, com inexperiência. Mas é preciso ouvi-los. E defendê-los de manipulações diversas — ideológica, sociológica”.