Pela tua boca, a voz da Igreja se faz ouvir

Caros amigos, a evangelização, confiada em primeiro lugar aos apóstolos (Cfr. At 6, 4), é “dever da Igreja” – ensina o Santo Padre, o Papa Francisco – “Pois, este sujeito da evangelização é mais do que uma instituição orgânica e hierárquica; é, antes de tudo, um povo que peregrina para Deus. Trata-se certamente de um mistério que mergulha as raízes na Trindade, mas tem sua concretização histórica num povo peregrino e evangelizador, que sempre transcende toda a necessária expressão institucional” (EG, 111).

De fato, “em todos os batizados, desde o primeiro até o último, atua a força santificadora do espírito que impele à evangelização” (Idem, 119), e, dentre estes, alguns foram escolhidos por Deus e confirmados pela Igreja como epíscopos (supervisores), “como sucessores dos apóstolos (...) com a missão de ensinar a todos os povos e pregar o evangelho a toda criatura, a fim de que os homens todos, pela fé, pelo batismo e pelo cumprimento dos mandamentos, alcancem a salvação”. (Cfr. LG, 24)

Assim, sob a moção do Espírito Santo, há uma única pregação da Igreja e, por ela, a uníssona voz da tradição apostólica deve se fazer ouvir “a toda criatura”. (Cfr. Mc 16, 15-16)

É de grande importância a formação permanente de todos os anunciadores da Palavra de Deus que, como discípulos, devem conhecer sempre mais e melhor a mensagem integral da Palavra de Deus e o melhor modo de transmiti-la.

Mesmo os bispos, presbíteros e diáconos, que pelo sacramento da ordem receberam um mandato especial para anunciar o evangelho, precisam buscar formação para, cotidianamente, anunciarem com mais segurança e eficácia a palavra de Deus, pois “a força do Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos dos ministros. Enquanto nos sacramentos esta garantia é assegurada, de modo que o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça, há muitos outros atos em que a conduta humana do ministro deixa traços que nem sempre são sinal de fidelidade ao evangelho e que podem, por conseguinte, prejudicar a fecundidade apostólica da Igreja”. (Catecismo, 1550)

Como Moisés, desejo que: “todo o povo do Senhor seja profeta e receba o espírito do Senhor” (Cfr. Nm 11, 29). Para que isto aconteça, peço sua generosidade missionária, através da formação permanente e união de fé e caridade com os pastores legítimos da Igreja. Ministros ordenados e leigos que pregam a palavra, não se esqueçam da importância de sua missão, pois pela vossa boca, a voz da Igreja se faz ouvir!