Pecados contra a unidade

Caros amigos, no último sábado, 27, no município vizinho de Casimiro de Abreu, celebramos uma importante data em nossa Diocese: a Unidade Diocesana. Neste dia, enaltecemos a unidade que tem sua origem em Jesus Cristo, que a oferece a nós como dom imerecido e tarefa a cumprir.

Por originar-se na vontade misericordiosa de Deus, a Igreja é una. De fato, ela nasceu para ser a união de todo o gênero humano em Cristo e no Espírito Santo (Cfr. Catecismo, 813). Cabe-nos, entretanto, a tarefa de corresponder a este plano de amor.

O santo padre, o Papa Francisco, em uma de suas audiências (em 27 de agosto de 2014) avisava-nos de que os pecados contra a unidade da Igreja são um grave mal e que não se tratam somente dos grandes cismas ou heresias, mas também de pecados mais domésticos como a bisbilhotice e a maledicência, que são um sinal do diabo que separa, destrói as relações e semeia preconceitos.

É escandaloso perceber que no meio de uma assembleia cristã ainda subsistem divisões entre os fiéis. Contra este mal, cabe o remédio da constante pregação da Igreja, assim como o esforço da oração de todos, que purifica as intenções do coração e faz calar as palavras ociosas.

A respeito da unidade, Nosso Senhor Jesus Cristo manifestou claramente o seu desejo: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”. (Jo 17, 21)

Para que o mundo creia, os discípulos de Cristo devem estar em comunhão com Deus pela fé e pela caridade. Para que os corações dos homens se unam, eles precisam também cultivar os mesmos sentimentos de Jesus Cristo, buscando tenazmente tudo o que contribui para a paz e edificação de uns pelos outros. (Cfr. Rm 14, 19)

O apóstolo São Tiago, preocupado com a comunidade fiel, pregou também esta mensagem: “De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, precisamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós? Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais, fomentais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. E a razão por que não possuís está em que não pedis. Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois o que pedis, só quereis esbanjá-lo nos vossos prazeres. Adúlteros, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Assim, todo aquele que pretende ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus”. (Tg 4, 1-4)

A unidade eclesial é uma prefiguração do céu e o desejo que deve unir os caminhos dos que procuram a eternidade com Deus. Pense nisto!