Os anjos

Caros amigos, Deus criou o mundo com liberdade e perfeição, e esta criação manifesta, em diferentes graus, a verdade, a bondade e a perfeição de Deus Criador. De todas as criaturas feitas por Deus, os anjos estão entre as mais perfeitas. Diz o Catecismo que: “como criaturas puramente espirituais, os anjos são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor de sua glória” (n. 330). Assim, quando confessamos, no Credo, que Deus Criou o céu, não nos referimos à abóboda celeste ou aos espaços siderais, mas aos seres espirituais e invisíveis que estão especialmente próximos a Deus. De fato, os anjos manifestam a glória do Senhor e sua grandeza.

Há, entretanto, certa confusão em relação aos anjos, sua existência e sua natureza. E muitos, por isso, simplesmente tratam esta realidade com “ceticismo” ou como uma “devoção infantil”. Contudo, a Igreja é clara quando afirma a existência e missão destas criaturas espirituais no plano de salvação de Deus.

De fato, houve momentos na história do mundo em que os homens pensaram muito sobre os anjos e lhes tributaram excessivas honrarias. É o defeito de eras obscuras. Mas o defeito das eras educadas e cultas como a nossa é justamente o contrário: pensar com superficialidade nos anjos ou não pensar neles em absoluto. “Este é o defeito de muitas iniciativas intelectuais modernas: permanecer nas coisas visíveis e esquecer-se das que não podemos ver” (Beato J. H. Newman).

A realidade é maior do que aquilo que podemos ver ou sentir. Segundo a Sagrada Escritura e a Tradição, os anjos são “poderosos executores da vontade de Deus, obedientes ao som da sua palavra” (Sl 103, 20). A veneração que a Igreja lhes tributa advém de sua incondicional fidelidade a Deus e seu grande poder que, por vontade divina, se coloca a serviço do bem dos homens.

A Sagrada Escritura revela o nome de três anjos, que cumpriram diferentes missões na história da salvação: Miguel, Gabriel e Rafael, venerados no dia 29 de setembro. Outra devoção muito radicada na Tradição da Igreja é a veneração do “anjo da guarda”, venerados no dia 2 de outubro.

Muitos homens e mulheres santos deram o testemunho da existência dos seres angélicos e é bom saber que sua ajuda é um cuidado especial de Deus para nos proteger, cuidar e fazer progredir na fé, para que um dia possamos viver para sempre com Deus e com nossos amigos: os anjos.