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Onde estão os consagrados, há alegria!
Caros amigos, dentre as vocações da Igreja, os religiosos são aqueles que devem denunciar mais enfaticamente a radical provisoriedade deste mundo, em contraste com a absoluta prioridade de Deus. Na verdade, este é um dever de todos os batizados, mas, para os religioso é uma autêntica missão e um particular serviço junto à Igreja. Os consagrados surgiram muito cedo na história da Igreja, de modo que toda tradição católica os reconhece como parte integrante e necessária da vida da Igreja (Cfr. Perfectae Caritatis, 1 e Vita Consecrata, 3).
Enquanto a maior parte dos cristãos é chamada por Deus para construir a cidade terrena promovendo-a com seu trabalho cotidiano e sua vida familiar, outros homens e mulheres são “separados” por Deus para uma vocação diferente: a vocação de apontar continuamente para o céu. Assim, os religiosos, seja trabalhando em diversos apostolados ou em um estilo de vida mais contemplativo, tem prioritariamente a missão de ser uma continua referência ao Reino de Deus, que se cumprirá plenamente no fim da história (Idem).
Disse o Concílio aos religiosos: “Recordem antes de tudo os membros de todo instituto que, pela profissão dos conselhos evangélicos, deram resposta a um chamamento divino, de forma que, não apenas mortos para o pecado, mas também renunciando ao mundo, vivam unicamente para Deus. Consagram toda a sua vida ao serviço de Deus” (PC, 5).
Nossa Diocese sempre contou com este precioso auxílio para a pregação do Evangelho: muitas congregações já passaram por aqui e algumas permanecem até hoje; todas procuraram fazer o bem por onde passaram.
O Santo Padre, o Papa Francisco, disse que: “Onde quer haja consagrados, aí está a alegria”. Mas a que tipo de alegria se refere o Papa? Sem dúvida não estamos falando de simples euforia, animação ou festa. A alegria dos consagrados deve ter uma raiz mais profunda: a alegria de Deus, pois eles não existem para entreter o mundo, mas para conduzi-lo à alegria plena, que é fruto da presença de Deus.
Poderíamos dizer que “onde estão os consagrados está Deus e, por isso, a alegria”. Quantos, entretanto, rejeitam este contentamento em troca das satisfações transitórias do mundo? Quantos se perdem no imediatismo e esquecem-se do amor de Deus? Cabe também aos religiosos, auxiliados por seus carismas, recordar ao mundo que “não basta trabalhar pelo alimento que perece, mas é necessário buscar aquele que permanece para a vida eterna e que o Filho do Homem dará” (Cfr. Jo 6, 27). Deus abençoe a todos!
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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