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O sinal da cruz
Caríssimos amigos, não há símbolo mais expressivo para nós do que o sinal da Santa Cruz. Quando o vemos sobre uma colina, ou encimado em um edifício sagrado, o relacionamos diretamente a Jesus Cristo e seus discípulos. Não é por acaso que há dois mil anos os pastores da Igreja continuam abençoando os fiéis com este sinal que é verdadeiramente “o sinal do cristão”.
Agora, no tempo pascal, continuamos a ostentar a imagem do Cristo crucificado em nossas igrejas, a semelhança do Cristo Ressuscitado que mostrou suas chagas para os discípulos no domingo (cfr. Jo 20, 20), e eles se encheram de alegria, porque sabemos que depois dos sofrimentos salvadores do Senhor, Deus Pai encheu as suas chagas de glória, e estas são para nós verdadeiros canais da graça divina.
A cruz não é somente um símbolo que portamos, mas indica realmente um modo de vida. Disse o Senhor: “Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 27). Aos discípulos de hoje, portanto, resta a pergunta: Como carregar hoje a cruz de Cristo?
Certamente o madeiro que Cristo carregou em sua paixão quer dizer muito mais do que uma carga física que esmagou os seus membros. Unir-se à Cruz de Cristo é unir-se aos seus sentimentos mais íntimos de obediência ao Pai e amor pela humanidade.
Dizer que amamos a cruz é amarmos a vontade do Pai, que nem sempre coincide com a nossa. É querer servir a Deus nas missões importantes que nos são confiadas e também nos detalhes do dia a dia.
Na missa da Ceia do Senhor deste ano o Santo Padre nos ensinava: “Se nos perguntássemos qual era o elemento mais característico da figura de Jesus nos Evangelhos, temos de dizer: a sua relação com Deus. Ele está sempre em comunhão com Deus; estar com o Pai é o núcleo da sua personalidade” (Homilia, 5 de abril de 2012).
Uma relação verdadeira com Deus é sempre uma relação de “vontades”, onde sempre deve prevalecer a “Vontade de Deus”, que, todos os dias, devemos transformar também em nossa vontade e nossa alegria. Não há sentido em buscar uma felicidade que esteja fora desta vontade suprema, pois Deus quer que sejamos santos, ou seja, bem-aventurados, felizes! Não com uma felicidade passageira e ilusória, fruto de nossos quereres, mas com uma felicidade de eterno contentamento, que se esconde em sua eterna vontade.
Somos felizes, por fazer a vontade de Deus e anunciá-la. Por cumprirmos todos os encargos que nos confiaram sem simulações e segundos interesses. Isto é ser cristão!
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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