O sentido da festa que passou

segunda-feira, 06 de março de 2017

Caros amigos, passamos pelo Carnaval, festa que mexeu com todas as agendas do Brasil e trouxe, em maior ou menor medida, consequências para todos. Poderíamos então perguntar: como foi o nosso Carnaval? Quais foram os saldos positivos em nossa vida de fé e de amor? E, quais experiências negativas podem ser aproveitadas como lições para nossa vida?

A festa é um elemento importante na vida social, pois é tempo de se encontrar e descontrair. É interessante pensar que as ruas são conquistadas pelo povo para manifestarmos nossa alegria e fraternidade. Também na Palavra de Deus, entre as instituições do Antigo Testamento, as festas ocupam um lugar muito importante (Cfr. Lv 23 e 25) e, na vida de Jesus, marcaram significativas passagens do Evangelho (Cf. Jo 2, 13-14; 5,1-14; 7,1.10.14; 8,2; 10,22-23). De fato, não tenho notícias de uma sociedade ou cultura sem festividades.

Diz o Compêndio de Doutrina Social da Igreja que “toda realização cultural, social, econômica e política, em que atuam historicamente a sociabilidade da pessoa e a sua atividade transformadora do universo, deve sempre ser considerada também no seu aspecto de realidade relativa e provisória, porque ‘a figura deste mundo passa’ (1Cor 7, 31)”. (n. 48)

Portanto, esses acontecimentos marcam os tempos e também as pessoas, mas para o cristão, que vive um caminho que leva à eternidade, essas experiências nos fazem desejar uma alegria perene. Pois, ainda que as festas desta terra passem, permanece o legítimo questionamento sobre o que ficou de bom em nossos corações.

Nossa cultura é viva e não consiste na infinita repetição de tradições humanas, sobretudo se estas são destrutivas do homem ou simples instituições do mercado, mas contribuem para o crescimento integral do ser humano, que é a meta de toda organização social.

Assim, as manifestações culturais, como todas as demais áreas da vida humana, precisam ser iluminadas pela verdade do Evangelho e é missão da Igreja promover o Reino de Deus também por esta renovação das relações entre os homens: Como ensina o apóstolo Paulo, a vida em Cristo faz vir à tona de modo pleno e novo a identidade e a sociabilidade da pessoa humana, com as suas concretas consequências no plano histórico e social. (...) A pregação do Evangelho de Jesus induz os discípulos a antecipar o futuro, renovando as relações recíprocas”. (Idem, 52)

Não basta festejar, é importante saber o que estamos celebrando. Deus abençoe a todos!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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