O rosto da misericórdia

terça-feira, 28 de abril de 2015

Caros amigos, na véspera do Domingo da Misericórdia, o Santo Padre, o Papa Francisco, publicou a bula “Misericordiae Vultus” (Rosto da Misericórdia), anunciando para o próximo dia 8 de dezembro a abertura do Ano Santo da Misericórdia, que encerrar-se-á na solenidade de Cristo Rei de 2016.

Eu quis trazer para agora esta reflexão, em primeiro lugar, pela proximidade deste artigo com a publicação do referido documento papal e, em segundo lugar, pela extrema oportunidade da experiência da misericórdia divina no tempo pascal e na vida concreta do nosso tempo. O lema do Ano Santo será: “Misericordiosos como o Pai”. Que recorda o versículo: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).

Depois de muitos séculos, onde os homens procuraram “a apalpadelas” o verdadeiro rosto de Deus, o Todo Poderoso, na plenitude dos tempos, mostrou-se plenamente em Jesus Cristo. Demonstrando que toda outra representação de Deus era somente sombra de seus verdadeiros atributos. Só Jesus Cristo é verdadeira “imagem do Deus invisível” (Cl 1, 15) e, conforme a imagem de seu Filho, Deus quer nos refazer (Cfr. Rm 8, 29).

Em Jesus, que veio para salvar o mundo e não para condená-lo, o Pai nos mostrou sua infinita misericórdia, que “é fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. (...) É a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. (...) O ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. (...) A lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. E (...) o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado” (MV, 2).

Viver como “filhos do Pai Misericordioso” será, portanto, experimentar este amor eterno que perdoa e transforma os corações mais endurecidos. Mas, extrapolando o âmbito da intimidade, viver como filhos do Deus misericordioso também será praticar obras de misericórdia: dar comida e bebida ao necessitado, vestir o desnudo e abrigar o peregrino, assistir o enfermo, visitar os encarcerados e enterrar os mortos, e ainda, dar bom conselho, ensinar o ignorante, corrigir o que erra, consolar os aflitos, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas alheias e interceder por vivos e defuntos.

Em suma, se formos misericordiosos com nossos semelhantes, também o Pai do Céu o será conosco (Cfr. Mt 5, 7). Que Deus abençoe a todos!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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