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O que manifestamos?
terça-feira, 02 de julho de 2013
Meus caros amigos, nos últimos dias fomos testemunhas de manifestações populares que, a começar pelas grandes capitais do país, se estenderam, também, pelas cidades pequenas e chegaram a todos os confins do Brasil. Aquilo que, ao princípio, foi chamado de "revolta da passagem”, por ter sido motivado pelo aumento da passagem do transporte público, se transformou num autêntico clamor popular por uma "reforma política” bem mais ampla.
Deixando a parte comentários acerca dos pequenos grupos, que aproveitaram as manifestações legítimas como lugar de atos de vandalismo, o clamor popular acabou revelando uma importante leitura da conjuntura social de nosso Brasil. Estamos vivendo uma importante mudança de mentalidade. Por um lado, vemos que acabou o monopólio da informação por parte dos grandes meios de comunicação, pois as redes sociais transmitem notícias fora da margem de interesse da Grande Mídia. Por outro, o povo, saturado do método do "pão e circo”, usado desde a Roma Antiga para controlar as revoltas populares à base de alimento e espetáculos, revela sua insatisfação de um sistema mantido muito mais por "acordos políticos”, do que pela seriedade e competência dos que ocupam os cargos públicos.
Os projetos assistencialistas dos governos, unido ao descaso do poder público na manutenção de serviços básicos como: educação, saúde e transporte; e à corrupção, sempre denunciada e também impunemente tratada; fez com que a população percebesse que há uma enorme inversão de valores do sistema político vigente.
As manifestações legítimas e pacíficas em todo Brasil são, neste sentido, um sinal de esperança, um caminho para horizontes novos de mais justiça e verdade que certamente produzirão frutos de retidão e transparência no trato dos interesses da nação brasileira. Entretanto, a verdadeira "manifestação popular” não se resume a eventos populares que chamam a atenção de todos para um problema, precisam de desdobramentos que desemboquem no acompanhamento atento dos atos legislativos e executivos, a começar por nossos municípios e chegando até as esferas estaduais e federais, e tenham como resultado uma grande lição para todos nós. Voto não tem preço! Voto tem consequência! Não podemos mais suportar que a população continue sofrendo injustiças, como a que testemunhamos em Nova Friburgo desde a tragédia climática de 2011, exemplo que se multiplica por todo o Brasil... Que este despertar das consciências prepare um futuro de mais justiça e fraternidade para nosso povo.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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