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O mistério da comunhão – Todos os santos e Finados
Caros leitores, a Igreja, em seu núcleo mais profundo, poderia ser definida como mistério de comunhão. Muitos são os aspectos desta “comunhão eclesial”: a comunhão do homem com Deus, a comunhão dos homens entre si, a comunhão das Igrejas com a Sé Apostólica, a comunhão de todos os cristãos no Espírito Santo, entre outros muitos e interessantes ensinamentos da fé. Hoje, entretanto, me detenho em um ponto muito estendido pela piedade popular: o mistério celebrado nos dias 1º e 2 de novembro.
No dia 1º de novembro a Igreja celebra a Solenidade de Todos os santos e no dia 2 de novembro celebramos a Comemoração de todos os fiéis Defuntos. Tais festas, aparentemente tão distintas, têm em comum o mistério da comunhão da Igreja.
São Paulo em diversas cartas afirma que “todos somos um só corpo em Cristo”, e esta é a raiz fundamental de nossa união. Porém esta unidade não se detém somente no que vemos, pois a Igreja é uma realidade muito mais ampla do que nossos olhos podem alcançar de momento. A comunhão da Igreja alcança também a todos os que já foram salvos em Cristo: seja os que gozam da alegria perfeita da visão de Deus no céu: os santos; seja os que no purgatório passam por uma purificação última, também com a certeza de que chegarão ao céu.
Entre todos nós, pela comunhão dos santos, há um verdadeiro intercâmbio de graças e orações: os anjos e os santos do céu, os homens e as mulheres da terra e os fiéis que estão no purgatório formam a única Igreja: Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo; alvo da inestimável predileção divina.
Quando celebramos em um só dia todos os santos, lembramos que os santos são muito mais do que os homens e mulheres que representamos sobre os altares, mas são todos os que nesta terra fizeram a vontade de Deus e agora vivem a eternidade no Céu. Quando rezamos pelos nossos entes queridos falecidos e por todos os fiéis defuntos, proclamamos a confiança na força redentora da ressurreição de Cristo que pode nos salvar do sem-sentido da morte e levar-nos de uma vez à plenitude da vida.
Assim, do mesmo modo que não comemoramos a “morte” dos santos, mas seu “novo nascimento” para o céu, também no dia 02 de novembro não cultuamos a morte, pois “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para Ele” (cfr. Lc 20, 38). Prestamos uma justa homenagem aos que tanto amamos e já se foram e também rezamos para que Deus os tenha todos no seu Reino de Paz.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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