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O exemplo de São Paulo
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Caros amigos, a Igreja é um verdadeiro mistério de comunhão entre Deus e os homens (cfr. LG, 1, Catecismo, 772 e 780), e sua grande riqueza é “o tempo que passa” na companhia de seu Senhor. Na vida íntima com Deus, testemunhada nos santos, encontramos um caminho seguro de amor e fidelidade que nos leva à nossa plena realização, o Céu.
São Paulo, de quem há poucos dias celebramos a conversão, é um autêntico luzeiro do amor a Deus. Sua importância ultrapassa a época em que viveu para ser instrumento escolhido para a evangelização em todo o tempo da Igreja. Depois de Jesus, São Paulo é a figura do novo testamento de quem mais notícias temos, e meditar sobre sua vida é uma oportunidade a mais de um verdadeiro rejuvenescimento espiritual, de uma revisão de vida.
O primeiro a ser dito sobre São Paulo é que seu contato com o Evangelho não se deu através de Jesus Cristo, mas através da comunidade dos seguidores do Senhor. O que o aproxima ainda mais de cada um de nós, pois, “por eles sabia da existência de uma nova fé, de um novo ‘caminho’ que colocava no seu centro não tanto a Lei de Deus, quanto a pessoa de Jesus, crucificado e ressuscitado, com o qual estava relacionada a remissão dos pecados” (Bento XVI, audiência 25/10/2006).
Entretanto, por mais fortes impressões que lhe tenham causado o testemunho dos cristãos, entre estes, o martírio de Estêvão, do qual foi testemunha e ao qual aprovara (cfr. At 7, 58; 8, 1), sua conversão não se deu por uma “consequência lógica” ou um “amadurecimento interior”, mas por uma intervenção divina.
Durante sua truncada experiência com a Igreja, Paulo viu a luz de Cristo no caminho de Damasco (cfr. At 9). Entretanto, esta luz não foi fugaz e passageira, mas iluminou toda sua existência e o devolveu, agora de modo correto, à Igreja.
À luz da fé todos os outros valores são recuperados e ao mesmo tempo purificados de eventuais impurezas. Esta é uma experiência autêntica de conversão que desafia nossa coerência de fé. O caminho pode sujar nossos pés com sua poeira, assim como em sua vida o cristão pode apegar-se a práticas que contradigam mais ou menos sua primitiva decisão de fé. Por isso, a exemplo de São Paulo, devemos nos exercitar em um aprendizado e esforço constante de coerência, para que possamos nos apresentar sem mancha diante do justo juiz, no dia final.
A coragem de São Paulo foi além das “fadigas, açoites, prisões e perigos de morte” (cfr. II Cor 11,23), chegando à entrega da própria existência, em cada momento de sua nova vida até o sacrifício final do martírio. São Paulo, rogai por nós!
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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