O Espírito e a Esposa dizem: Vem!

segunda-feira, 09 de junho de 2014

Caros amigos, a Ascensão do Senhor Jesus ao Céu inaugurou um novo tempo na "História da Salvação”: Não convivemos mais com o Senhor em "carne mortal”, nem temos contato imediato com seu "corpo glorioso”, mas, como nos ensina o Catecismo: "‘Sentado à direita do Pai’ e derramando o Espírito Santo sobre o seu corpo que é a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, que instituiu para comunicar a sua graça. Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações), acessíveis à nossa humanidade atual. Realizam eficazmente a graça que significam, em virtude da ação de Cristo e pelo poder do Espírito Santo”. (CIC 1084) Podemos chamar este tempo de "tempo da Igreja”, onde o acesso ao Mistério Pascal de Cristo se faz ordinariamente através dos sacramentos. De fato, todas as vezes que recebemos os sacramentos, recebemos a bênção do Pai, pela ação de Cristo, na força do Espírito Santo, esperando que volte o Senhor em sua glória.

Pentecostes é, portanto, a festa do Espírito Santo, ou seja, a festa da Igreja que celebra a comunhão com o seu Senhor no Espírito Santo. Ensina-nos o Concílio Vaticano II: "O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como em um templo. Neles ora e dá testemunho da adoção de filhos. Conduz a Igreja ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e nos ministérios, ilumina-a com diversos dons carismáticos e hierárquicos e enriquece-a com seus frutos”. (LG, 4) Esta comunhão não é o resultado puro e simples do esforço de um grupo de pessoas ou de um povo que procura com afinco estar na presença de Deus; mas é "dom”, como afirma são Paulo: "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Com efeito, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios.” (Rm 5,5-6).

Da mesma forma, esse "dom” também gera responsabilidades. Sem receptividade, acolhida e correspondência, ele não acrescenta nada. Alguém que não corresponde à graça de Deus é como uma caravela que, apesar de receber muito vento na direção certa, não abre suas velas e, por isso, não aproveita o impulso para navegar.

Nossa missão como Igreja é sermos dóceis instrumentos do Espírito Santo, para que a graça que recebemos seja também bênção derramada na vida de todos os que convivem conosco. Que a força do Divino Espírito encha nossos corações com seus dons e carismas, e que faça crescer sempre mais os seus frutos de "caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança” (cfr. Gl 5,22-23).

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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