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Novidade e espera
Caros amigos, após celebrar a grande festa do Divino Espírito Santo, o ano litúrgico da Igreja retoma o tempo comum. Pode parecer que voltamos para o mesmo, mas não é verdade. No que diz respeito à vida, nada se repete: sempre há crescimento e novidade, pessoal e comunitária, ainda revivendo as mesmas festas e celebrações.
O amor de Deus é eterna novidade e, movido por ele, Deus faz-nos crescer em seu amor e no amor ao próximo. O Espírito Santo é este guia interior que nos move a horizontes mais audaciosos de serviço e caridade, de justiça, honestidade e paz. Ele nos aponta o caminho concreto do seguimento de Jesus Cristo e o reino do Pai, que é o termo de todos os nossos esforços.
Vivemos uma cultura marcada pelo afã de novidades, por isso falar do “novo” cai sempre muito bem. Contudo, falta à nossa época valorizar a estabilidade, a perseverança no bem, a paciência fecunda. Pois mesmo a mudança precisa de elementos que permaneçam. Não se pode criar as coisas do nada, nem reinventar continuamente o caminho a seguir.
Neste sentido, o Espírito Santo pode ser chamado de espírito de misericórdia, pois ele não derruba o nosso ser em prol de um “surpreendente homem novo”, mas nos transforma por dentro, respeita o tempo de cada um e abre caminho para maiores graças, pois sabe que as pessoas também se transformam lentamente.
O santo padre, o Papa Francisco, ao dedicar um pensamento à situação política do Brasil, na audiência da última quarta feira, 11, disse: “Nesses dias em que nos preparamos para a festa de Pentecostes, peço ao Senhor que derrame os dons do Espírito Santo ao país para que nesse momento de dificuldades, siga nos caminhos da harmonia e da paz, com a ajuda de orações e do diálogo e com a proximidade de Nossa Senhora Aparecida, como a boa mãe que não abandona os seus filhos, na defesa e na guia deste caminho”.
Não é possível esperar de nenhum setor da sociedade uma “mudança rápida”, mas é importante lutar pela conversão de mentalidade de nosso povo e investir em sua formação, pois ele será o berço dos futuros profissionais e governantes que construirão o Brasil do amanhã. Talvez um bom fruto da atual “reflexão nacional” sobre a corrupção sejam leis mais duras para os contraventores e maior austeridade e honestidade na condução do país. Contudo, os frutos virão com o tempo.
Precisamos ser capazes de aprender com os próprios erros e acertos, para que o futuro seja melhor. Esta é uma novidade que vale a pena esperar.
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Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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