Nossa missão é evangelizar

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Caros amigos, no encerramento deste mês missionário extraordinário convocado pelo Papa Francisco, somos chamados a assumir com seriedade e ardor missionário o nosso batismo. O lema escolhido para este ano – “Batizados e enviados” – chama nossa atenção para a íntima relação que há entre o nosso batismo e a propagação do reino de Deus. O testemunho de tantos homens e mulheres que, na doação da própria vida, fazem o Evangelho chegar a todos os recantos deste mundo marcado pelo pecado e nos convida a assumirmos nosso lugar na atividade evangelizadora da Igreja.

São Lucas ao narrar o chamamento dos 72 discípulos (cf. Lc 10, 1-12), destaca que a missão daquele que foi convidado a seguir Jesus é fazer-se missionário, tornando possível a presença do mestre pelo testemunho de sua própria vida. O discípulo de Jesus é missionário por natureza, por essência. Assim se dirige Nosso Senhor no Evangelho: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio” (Jo 20, 21).

No âmbito do cumprimento desta vocação íntima de todos os batizados, a eucaristia tem um papel importantíssimo. A comunhão com o corpo e o sangue do Senhor é comunhão com sua vida e sua missão, como está no Evangelho: “Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim” (Jo 6, 56-57).

Esta vida divina tem sua origem em Jesus Cristo e chega a todos os membros da Igreja para revitalizá-los, aquecê-los, defendê-los, e também prepará-los para uma missão, que é a mesma missão do Filho de Deus. O Papa Francisco, na encíclica Lumen Fidei adverte que “a fé se transmite sob a forma de contato, de pessoa a pessoa, como uma chama que se acende noutra chama” (n. 37).

No batismo somos iluminados pela luz de Cristo e recebemos a missão de fazê-la brilhar sempre e de refleti-la aos outros, da mesma forma que a luz do círio, na liturgia da Páscoa, acende muitas outras velas. A difusão da luz se dá pelo contato entre as velas. Assim, nós entramos em contato com Jesus e transmitimos sua luz aos outros pela proximidade.

O santo padre, desde o início de seu pontificado, conclama a Igreja a sair da comodidade de uma pastoral de manutenção e se lançar ao encontro dos irmãos que ainda não foram alcançados pela luz do Evangelho. Ser uma “Igreja em saída” é uma urgência de nosso tempo.

A Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, num trabalho, no caminho” (Evangeli Gaudium, 127).

Com essas palavras o Papa Francisco nos faz lembrar que a missão deve fazer parte do nosso dia-a-dia, na vivência concreta do Evangelho. Precisamos desfazer as distâncias que muitas vezes surgem entre a nossa pregação e a nossa vida. Sejamos homens e mulheres conscientes da vida nova e da missão que recebemos no Batismo.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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