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Nossa caridade para o Natal
Caros amigos, vemos nas cidades quadros que nos questionam sobre quais são nossas verdadeiras prioridades. Tais como: crianças abandonadas nas ruas, famílias desabrigadas, aumento da prostituição infantil e juvenil, mendicância, proliferação de epidemias por falta de saneamento básico, entre outros.
Nestas verdadeiras telas viventes, que normalmente compõe os ambientes urbanos, intuimos a ausência de uma séria opção pelo bem-estar do homem singular, que sofre a falta de oportunidades e o despreparo para viver na atual sociedade. Situações que se agravam ainda mais pela diminuição drástica das iniciativas caritativas dos últimos anos.
Os cristãos desde o princípio se especializaram nestas iniciativas caritativas que visavam diminuir a dor dos menos favorecidos. O capítulo 6 do livro dos “Atos dos Apóstolos” relata a primeira instituição, ainda de origem apostólica, dos “diáconos” para “servir as mesas”.
Com o passar dos anos e a progressiva difusão da Igreja, a prática da caridade confirmou-se como uma de suas características essenciais, juntamente com a administração dos Sacramentos, o anúncio da Palavra e a missão, que lhe confere o traço mais profundo de sua identidade. De tal modo que, como nos recorda o papa Bento XVI em sua primeira encíclica Deus Caritas est: “Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência” (n. 25).
Assim, aproximando-se o Natal do Senhor, quando também o consumismo desordenado, cada vez mais estimulado e querido pelo marketing, realça com cores ainda mais fortes a grande desigualdade social em que vivemos; cabe a cada um de nós, cristãos, nos questionarmos sobre como andam nossas obras de caridade, se temos de fato algum compromisso com os menos favorecidos, e qual o incremento que poderíamos aportar para que, através de nosso amor concreto dirigido aos irmãos, pudéssemos nos preparar eficazmente para receber a Cristo, que nasce no estábulo de Belém.
Neste ponto, não cabem meias iniciativas que tranqüilizem nossas consciências e deleguem a outros uma tarefa que Deus pede a cada um de nós, mas são necessários compromissos concretos de visitar os enfermos e os encarcerados, preocupar-se com uma família ou uma comunidade necessitada concreta, assim como também ser mais generosos em nossas ofertas para as obras que sustentam durante todos os dias do ano este valioso serviço.
Que Deus abençoe a todos.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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