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Não defende a verdade aquele que se contrapõe à unidade
segunda-feira, 30 de março de 2015
Nas celebrações da Semana Santa desfilam diante de nossos olhos muitas figuras bíblicas já antes conhecidas: a Virgem Dolosa, o jovem João, os outros apóstolos, os soldados, as piedosas mulheres... todos participantes do drama do Calvário, onde Jesus Cristo deu a vida para nos salvar. Ele, o Cordeiro sem mancha, acusado e escarnecido, veio ao mundo e nos revelou a verdade sobre Deus, mas não foi recebido pelos seus (Cfr. Jo 1, 10).
Ele próprio é Deus feito homem, em meio aos dramas humanos de lutas pelo poder, ganância material, orgulho sem fim e vanglória passageira. Todas estas maldades da humanidade desfiguraram o belo rosto do Filho de Deus, feriram seu corpo e o mataram, pregando-o numa Cruz.
Também a Igreja, Corpo de Cristo, é dilacerada pelas mesmas causas que torturaram Jesus Cristo. Desde sua fundação, ela experimenta o sofrimento da heresia e do cisma, que dispersa o rebanho. Estes ataques a sua unidade ferem também, em última análise, ao próprio Jesus Cristo. "Jesus disse aos discípulos: ‘Todos vós vos escandalizareis, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’” (Mc 14, 27). De fato, repete-se a Paixão do Senhor no drama da divisão da Igreja.
Entretanto, por mais terríveis que sejam os ataques, prevalece também a promessa divina: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e sangue que te revelaram isso, mas o meu Pai que está nos céus. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 17-19).
Desde então, a Sé de Pedro é o ponto verdadeiro da unidade dos cristãos, não afiançada, simplesmente, pelas qualidades pessoais dos sucessivos Papas que a ocuparam, mas alicerçada no dom do Espírito Santo, que não cessa de velar pela Igreja. Deste modo, estar unido ao Romano Pontífice será sempre uma garantia de comunhão com a fé dos apóstolos e, por conseguinte, com a verdade de Deus.
Ainda hoje, muitos são aqueles que, usando de sofismas e falsidade, continuam "justificando” seu próprio orgulho de fundar uma Igreja independente da Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Cristo. Com toda certeza, daremos contas a Deus muito mais pelas chagas que rompem a unidade querida por Jesus do que pelo nosso sentimento subjetivo.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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