Juventude em pauta

Caros amigos, trago à reflexão, mais uma vez, o tema da juventude, pois vejo nos jovens um ponto chave da evangelização. O Evangelho deve chegar à juventude.

Nosso Senhor também era jovem e morreu jovem. Sua palavra é viva e continua ecoando pelas encruzilhadas do mundo por meio da Igreja. Mas como fazê-la chegar a todos? Como "inculturar” a palavra do Evangelho para a juventude de nossos tempos?

Sabemos que, quando evangelizados, os jovens se empolgam com a pessoa e o projeto de Jesus Cristo. Entretanto, percebo que muitos jovens têm dificuldade para entender o chamado da Igreja. Entender que eles mesmos são Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templos do Espírito Santo, destinatários do Evangelho.

De fato, a imagem que muitos têm da religião é de algo ultrapassado, burocrático, e que fala uma linguagem que não se conecta com sua vida. Frequentemente compreende-se a Igreja apenas como instituição e não como a comunidade dos seguidores de Jesus. Em muitos ambientes universitários, ela é apresentada como cúmplice da injustiça e, em diferentes situações históricas, contra o progresso humano. Falta aos jovens o conhecimento de tantas contribuições históricas da Igreja. Campos como a missão, a cultura, a ciência, a caridade e o progresso humano em geral tiveram sua decisiva participação. Deste modo, é urgente apresentar missionariamente a verdadeira face da Igreja à juventude.

Os jovens não rejeitam a Igreja ou Jesus, mas uma "caricatura de religião” feita de mitos, estórias e desinformação. São poucos os que têm meios e coragem de procurar a verdade. Nós sabemos que só em Jesus Cristo o homem depara-se com as perguntas fundamentais e só Ele é a resposta para essas interrogações.

Em 1980, São João Paulo II lançou aos jovens este desafio: "É urgente colocar Jesus como alicerce da existência humana. Os melhores amigos, seguidores e apóstolos de Cristo foram sempre aqueles que perceberam um dia dentro de si, a pergunta definitiva, incontornável, diante da qual todas as outras se tornam secundárias: ‘Para você, quem sou Eu?’. A vida, o destino, a história presente e futura de um jovem dependem da resposta nítida e sincera, sem retórica, sem subterfúgios, que ele puder dar a esta pergunta. Ela já transformou a vida de muitos jovens” (01/07/1980).

As lideranças da juventude precisam apresentar a verdadeira imagem de Cristo e da Igreja, com a palavra e o testemunho, não como quem impõe uma nova obrigação ou ideologia, mas como quem partilha uma alegria. Que Deus abençoe a todos!