Colunas
JMJ e a cultura do encontro
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Caros amigos, a Jornada Mundial da Juventude foi uma bênção. A cidade do Rio de Janeiro se transformou num verdadeiro "Pentecostes” a céu aberto, pois em todos os momentos encontrávamos grupos de jovens cantando, com suas bandeiras, indo e voltando das catequeses e dos eventos com o Santo Padre. Bastava ouvir o som das escoltas policiais, e as ruas eram tomadas por jovens, os trabalhadores paravam seus itinerários, verdadeiros corredores humanos eram formados para ver de perto o Papa, o mensageiro da paz e da humildade.
Nesta viagem, o Santo Padre, o Papa Francisco, constantemente repetia a necessidade de se consolidar, na Igreja e no mundo, uma "cultura do encontro”, que responda e combata uma certa "cultura do descartável”, que é fruto do egoísmo e é completamente adversa do Evangelho. Além das palavras do Papa, todos os seus pequenos gestos manifestaram este imenso desejo de "estar no meio das ovelhas”. De modo poético, disse em seu emblemático discurso na comunidade de Manguinhos: "Que bom poder estar com vocês aqui! Desde o início, quando planejava a minha visita ao Brasil, o meu desejo era poder visitar todos os bairros deste país. Queria bater em cada porta, dizer ‘bom dia’, pedir um copo de água fresca, beber um ‘cafezinho’, não cachaça, falar como a amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós… Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as portas!”.
A simplicidade e profundidade destas palavras ressoaram por toda a Jornada Mundial da Juventude. Os peregrinos, os voluntários, os anfitriões... todos entendemos que de fato há uma riqueza insubstituível no encontro. Algo que nos chama a sair de nós mesmos, a compartilhar, a assumir desafios e sacrifícios pelo bem do outro.
Também os evangelhos transmitem-nos a fé em Cristo a partir de vários encontros do Mestre, verdadeiros tesouros que só conheceremos quando, de algum modo, os experimentarmos em nossa vida e em nosso tempo. A Jornada Mundial da Juventude proporcionou isto de modos variados e ricos! Mas precisamos repetir a dose nos ritmos mais ordinários de nossa vida: família, trabalho, igreja, vizinhos... Reviver a palavra amiga do Senhor aos enfermos, aos pobres e aos ricos, aos amigos e aos desconhecidos.
Aprender e ensinar o acolhimento e o encontro é um modo importante de evangelizar um mundo no qual as pessoas estão cada vez mais distantes, fechadas em seus problemas pessoais, alheias aos problemas sociais que o semelhante enfrenta.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário