Imaculada desde a sua concepção

segunda-feira, 05 de dezembro de 2016

Caros amigos, aproxima-se a grande festa da Imaculada Conceição, padroeira de nossa Diocese e dia de preceito para todo fiel. Nela, cujo dia festeja-se na próxima quinta-feira, 8, celebramos um privilégio singular que Deus concedeu à Santíssima Virgem Maria no momento de sua concepção, ao ser preservada de toda a culpa do pecado original.

A concepção dá início à vida humana pela união dos gametas masculino e feminino. Neste momento, surge um novo ser, portanto, desde o primeiro instante de sua vida Nossa Senhora foi isenta da culpa do pecado original, em previsão dos méritos de Jesus Cristo e como sinal de sua futura missão materna no plano salvador de Deus.

Hoje, vemos em tela de discussão o fundamento deste singular privilégio mariano, que é o respeito à vida humana desde a sua concepção. Num mundo onde o ser humano é cada vez mais manipulado e instrumentalizado, quer-se a todo custo descriminalizar o aborto, crime que clama aos céus por suprimir o direito à vida nos mais frágeis momentos de sua existência.

Todas as formas de vida precisam de condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Suprimir intencionalmente estas condições caracterizaria uma agressão no plano natural. Quando se trata do ser humano, mais do que uma agressão no plano natural é um crime, que no caso da vida ainda em fase embrionária assume contornos de verdadeira barbárie, praticada intencionalmente por seres racionais contra os mais indefesos de todos os filhos de Deus e pior ainda, sob o amparo da lei e o consentimento dos próprios genitores.

O entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o aborto nos primeiros três meses de gestação não é crime, carece de fundamento científico, filosófico e jurídico, pois uma lei que permita o aborto não é um direito e sim um ato de injustiça, pois um direito que desampara a vida humana se põe em questão a si mesmo. O fato de que outros nove países tenham descriminalizado o aborto nas mesmas condições, como citou o ministro Luís Roberto Barroso em seu voto, não justifica e nem muda a verdade em questão.

A opinião não pode produzir a verdade, pois esta é sempre objetiva. E, objetivamente falando, como cidadão brasileiro lamento este retrocesso da justiça de nosso país no último dia 29 de novembro, uma vez que a concepção de um ser humano nunca será uma mera matéria de estudo científico ou de escolha da mãe ao considerar um não nascido como um ser sem valor. 

Amanhã, 7, o STF continuará debruçado sobre a despenalização do aborto em mulheres que contraíram o zika vírus. Fiquemos atentos, pois não julgarão somente a situação do aborto de crianças com microcefalia. Bastará que a gestante tenha contraído o vírus e manifeste o desejo de não prosseguir com a gravidez sob o argumento de trauma de incerteza (data vênia, nem todos os bebês das gestantes com zika nascem com microcefalia). 

Quanto é incerto e obscuro o futuro de uma nação que decide a justiça baseada na opinião de alguns e em discursos emocionados e falaciosos. Que Deus nos perdoe e proteja deste eclipse do sentido da vida!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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