Igreja: Povo de Deus

terça-feira, 08 de outubro de 2013

Caros amigos, ao prosseguirmos a reflexão sobre a Igreja, deparamo-nos com um termo, sem dúvida, fundamental para toda a eclesiologia contemporânea: Povo de Deus (cap. II). Um estudo sério deste termo nos levará a sua relação com o que já foi visto no capítulo I da Constituição Lumen Gentium. Só então seremos introduzidos em um aprofundamento maior da dimensão da Igreja como "sujeito histórico”.

Sujeito que se origina, essencial e permanentemente, do Amor do Pai, na Páscoa redentora de Cristo e no Dom do Espírito Santo. Assim, a Igreja é uma realidade divina transcendente e salvífica, que, de um modo visível, se revela e se manifesta. As imagens da Igreja designam sempre esta totalidade, mas têm, cada uma, uma peculiar perspectiva.

Na "criação” de um povo para si, Deus por primeiro elegeu Abraão, "arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Mas ele tornou-se um povo grande, forte e numeroso” (Dt 26,5). Este povo, chamado de Israel, foi escolhido por Deus para ser "bênção para todas as famílias da terra” (cfr. Gn 12,3). Não é um povo escolhido por um critério genético – lembremos que Abraão era caldeu, de Ur –, mas, desde o início, o povo de Deus é o "povo dos que crêem e praticam a justiça” (cfr. At 10,35), e o será de modo cada vez mais explícito na "plenitude da revelação”, que se dá em Cristo.

Assim o ensina o Concílio: "Escolheu a Israel como Seu povo. Estabeleceu com ele uma aliança. E instruiu-o passo a passo. Na história deste Povo ,Deus se manifestou a si mesmo e os desígnios da Sua vontade. E santificou-o para Si. Tudo isso, porém, aconteceu em preparação e figura para aquela nova e perfeita aliança que estabeleceria em Cristo, e para transmitir uma revelação mais completa, através do próprio Verbo de Deus feito carne. (...) Foi Cristo quem instituiu esta nova aliança, isto é, o novo testamento em seu sangue (cfr. ICor 11,25) (...) o novo Povo de Deus” (n.9).

Na Aliança, Deus funda um povo para Ele, e de uma aliança nova faz surgir um povo novo. Pois, continuamente renovada na história da salvação, a Aliança se faz plena e definitiva em Cristo, constituindo o que será para sempre chamado "linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido... que outrora não eram, mas agora são povo de Deus” (IPe 2,9-10)”: a Igreja.

Entender que fazemos parte do povo de Deus, não obstante nossas diferenças, deve ser para nós um motivo de louvor. Devemos conhecer e amar cada vez mais nossa Mãe Igreja!


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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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