Hierarquia e serviço

Caros amigos, o terceiro capítulo da Constituição sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II, tem como pano de fundo de seus números o binômio: hierarquia e serviço. De fato, aqueles que seguem o Senhor Jesus Cristo, aprendem que o poder é resultado de uma maior responsabilidade e serviço.

O episcopado, ministério dos Bispos, é querido por Jesus como um grau superior do sacerdócio. Sabe-se que somente Jesus Cristo é o Sumo e Eterno Sacerdote, mas, enquanto participantes do sacerdócio de Cristo pelo sacramento da ordem, os Bispos possuem este poder sagrado em grau pleno. De tal modo que, o Concílio não hesita em afirmar: "Os Bispos, com seus auxiliares,os presbíteros e diáconos, receberam o encargo de servir a comunidade, presidindo no lugar de Deus ao rebanho do qual são pastores, como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado, ministros do governo. (...) Portanto, ensina o Sagrado Sínodo que os Bispos, por instituição divina, sucedem aos Apóstolos como pastores da Igreja. Quem os ouvem, ouvem a Cristo; mas quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que a Cristo enviou” (LG 20).

E ainda: "O Senhor Jesus Cristo, Sumo Pontífice, está presente no meio dos fiéis na pessoa dos Bispos, assistidos dos presbíteros. Sentado à direita do Pai não está ausente da congregação dos seus pontífices, mas, sobretudo, pelo exímio serviço deles, prega a todas as gentes a Palavra de Deus e continuamente administra os sacramentos da fé a todos os crentes” (LG, 21).

No ministério, serviço confiado aos Bispos por Deus, deve resplandecer o adágio evangélico: "O maior entre vocês seja como o mais novo; e quem governa, como aquele que serve. Afinal, quem é o maior: aquele que está sentado à mesa, ou aquele que está servindo? Não é aquele que está sentado à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como quem está servindo” (Lc 22, 26-27).

Pelo sacramento da Ordem, cuja plenitude se dá no episcopado, Jesus atua no meio de seu povo como mestre, pastor e pontífice (cfr. LG, 21), poder que exerce por meio do serviço abnegado e concreto de homens escolhidos e separados para este ministério, que é radicalmente estabelecido como um Corpo ou Colégio, onde a cabeça é o sucessor do Apóstolo Pedro, o papa.

"Alguém é constituído membro do Corpo Episcopal pela sagração sacramental e pela hierárquica comunhão com a Cabeça (o papa) e os demais membros do Colégio” (LG 22). De fato, não pode haver verdadeiro serviço fora da comunhão e da caridade. Rezemos pela fidelidade de todos os pastores da Igreja.