Francisco de Assis

terça-feira, 03 de outubro de 2017

Caros amigos, antecipando a celebração de São Francisco de Assis, cuja memória é reverenciada no dia 4 de outubro, quero dedicar o artigo desta semana a este ilustre filho da Igreja, que desde o início do século 13 deixou uma marca tão profunda em sua história. Não posso imaginar a espiritualidade cristã sem o eco de sua vida, que falou mais alto que as palavras.
Iniciando nossa reflexão, é preciso desmistificar algumas concepções superficiais que fazem do Pobre de Assis uma espécie de sorridente lunático que fala com passarinhos e vive em contato com a natureza. A este respeito são dignas de nota as palavras do Papa Francisco: “A paz franciscana não é um sentimento ‘piegas’. Por favor: este São Francisco não existe! E nem é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmo… Também isto não é franciscano, mas é uma ideia que alguns construíram! A paz de São Francisco é aquela de Cristo, e a encontra quem “toma sobre si o seu jugo”, isso é, o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”; (Homilia do Papa Francisco em Assis - 04/10/2013).
Por isso, a primeira observação da identidade deste santo é sua relação pessoal e profunda com Jesus Cristo. A imagem do crucificado foi sua maior inspiração desde o momento em que o “ouviu” no íntimo do coração, até encontrá-lo na vida fraterna e na carne sofredora do pobre. Portanto, se quisermos ser mais “franciscanos”, sejamos também amigos de Jesus a ponto de vê-lo e servi-lo concretamente em tudo e em todos.
Outra nota inconfundível deste homem de Deus é sua pobreza, expressão luminosa de gratuidade. Nosso Senhor ensina no Evangelho: “De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro à cintura; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão” (Mt 10, 9-10). Lendo estas palavras, como não lembrarmo-nos imediatamente de São Francisco de Assis? Como é importante aprendermos dele a não reter nada e nem ninguém para nós mesmos e nem “reter-nos” em sonhos egoístas! Sua vida foi uma eloquente pregação do desprendimento evangélico que reconhece a primazia de Deus. Atualmente, quanto mal fazem aqueles que se apropriam dos dons do criador utilizando-os para seus interesses mesquinhos!
Poderíamos falar ainda de muitas outras virtudes franciscanas, e por todas elas, repetir as palavras do saudoso São João Paulo II: “Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne, o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado!” (17/09/1983). Vale a pena imitar as virtudes dos amigos de Cristo! Deus abençoe a todos.

Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de Nova Friburgo

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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