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A festa dos frutos
Caros amigos, Pentecostes surgiu como uma data comemorativa no calendário. Em sua raiz grega, significa simplesmente “quinquagésimo dia”. Na cultura judaica, é a festa das colheitas celebrada cinquenta dias depois da páscoa, onde os peregrinos se reuniam em Jerusalém para apresentar a Deus os primeiros frutos da colheita. No cristianismo, porém, a ressurreição de Cristo transformou definitivamente este significado para o dia da “descida do Espírito Santo sobre a Igreja nascente”.
Assim, o fruto maduro que o Ressuscitado apresentou ao Pai, no quinquagésimo dia, foi a Igreja Una, Santa, Católica (universal) e Apostólica. Povo de Deus nascido “da água e do Espírito Santo”, gerado no calor dos dons divinos e enviado para evangelizar o mundo com a autoridade de Jesus e o poder de seu Espírito.
Uma imagem comum desta solenidade é aquela que nos apresenta os apóstolos, reunidos com a Virgem Maria, em um mesmo lugar, em oração, tendo sobre suas cabeças brilhantes línguas de fogo. A impetuosidade do fogo tempera-se com a racionalidade e clareza da comunicação, figurada pela língua. Admirando este quadro e meditando a passagem bíblica por ele representada, podemos entender algo da grande graça de Pentecostes, que se confunde com a missão temporal da Igreja.
Deus, que é misterioso, suave e forte, capaz de criar todas as coisas do nada, se fez homem, unindo-se de algum modo a todo homem, e, por sua paixão, morte e ressurreição, comunica aos homens o seu Espírito, fruto maduro da cruz redentora. A Igreja é, portanto, o conjunto dos renascidos da água e do Espírito Santo que professam a mesma fé e são enviados para proclamar a todos os povos e nações a boa notícia da visita de Deus à humanidade.
A graça de Pentecostes deixa claro também que o dom de Deus é para todos. Não se restringe a uma raça, língua ou nação, mas aos que agradam a Deus e querem servi-lo de coração sincero, na unidade e na paz.
Quantos são os que conhecem a Deus e desejam servi-lo? Todos os dias o Espírito Santo toca muito corações. E, então, começa o nobre e árduo caminho da fidelidade e do discipulado. Porém, não há verdadeiro serviço a Deus fora da unidade. Meditemos no que diz a Escritura: “Sede solícitos em guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança a qual fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e pai de todos, acima de todos, no meio de todos e em todos” (Ef 4, 3-6).
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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