Feliz aquela que acreditou

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Caros amigos, estamos em um mês no qual os fiéis lembram com especial devoção da memória de Maria Santíssima, aquela que desde toda eternidade foi escolhida para a sublime missão de ser a mãe do Redentor. Quando vemos este único e inigualável privilégio da Virgem Maria, nos admiramos diante de tamanha demonstração da misericórdia divina, que se dignou elevar ao mais alto dos céus, por pura graça, uma criatura humana.

Maria é, com justiça, a “cheia de graça” aos olhos do Pai e um autêntico dom para toda a humanidade. Ao ser elevada à dignidade de Mãe de Deus, não somente por gerar o Verbo feito carne, mas por assumir em sua própria existência o cuidado e colaboração em Sua missão salvadora, Nossa Senhora também é nossa Mãe na fé.

O evangelho nos relata de inúmeros modos que a fé dos Apóstolos surge na esteira da fé da Virgem, seja por ser ela a primeira que acreditou, segundo São Lucas, seja por mostrar, no evangelho de São João, a primeira petição de fé confiante, que dá espaço ao primeiro milagre de Jesus nas boas de Caná da Galileia (cf. Jo 2, 1-12). Esta fé, que amadurecera e se aprofundara em Maria no convívio com Cristo durante os anos de sua vida oculta em Nazaré, transbordava e comunicava-se agora aos seguidores do seu Filho, destinada a constituir a fé da Igreja.

Nossa Mãe Santíssima é a destinatária primeira daquela bem-aventurança que é raiz de todas as outras e que se estende a toda a comunidade dos discípulos. Isabel é a primeira a exclamar “feliz aquela que teve fé” (Lc 1,45) expressão que o mesmo evangelista coloca nos lábios do Senhor, confirmando a dita de Nossa Senhora quando afirma: “Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática” (Lc 11,28).

Nestes tempos em que a fé parece ser mercadoria vendida em inúmeros centros e as convicções estarem sujeitas ao emocionalismo e às circunstâncias da vida: Maria é antídoto para permanecermos em Cristo. Dela aprendemos que a cruz não é um obstáculo para a fé, mas seu autêntico fundamento. Com Maria aprendemos a confiar, mesmo quando se cala a voz do anjo e levantam-se o som dos perseguidores, pois a fé tem como fundamento a autoridade de Deus que se revela e como fruto o amor que se manifesta nas obras dos que seguem a Jesus.

“Felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática” (Lc 11, 28), em primeiro lugar aquela que ouvir e acreditou sem vacilar, e depois todos os que a seguimos com filial confiança, reconhecendo-a como a Mãe de todos os que acreditam e seguem a Cristo.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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