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Fé e vocação
Caros amigos, o mês de agosto, tradicionalmente dedicado à reflexão sobre as vocações, nos dá um motivo a mais para falar desta realidade. A vocação diz respeito a todos os discípulos de Jesus Cristo e impulsiona o homem a responder a um chamado divino. Ante este convite, cabe sempre uma decisão livre e consciente. Deus espera nossa resposta!
É estranho que um católico não tenha a consciência de que foi chamado por Deus, pois sua vida é o cumprimento de uma missão. Sem esta ideia, muitos se colocam a serviço de Deus como uma espécie de “desencargo de consciência” ou “favor prestado”, mas dificilmente encontrarão toda a beleza da comunhão com Deus, que é o fim verdadeiro da religião.
Desde o momento em que o batismo nos marcou com o sinal indelével da salvação, Deus nos chama a viver de forma santa em sua presença. Por isso, vocação é também uma questão de fé e de amor. Pois, aquele que crê sabe que dará contas da sua passagem neste mundo não somente ante a própria consciência, mas também ao Pai, que é superior e anterior à vida que recebemos. Ele é a fonte de toda existência e nos convida à vida eterna. Esta sensação de responsabilidade que configura o lugar de todo ser humano neste mundo indica-nos uma missão que dá sentido a todos os nossos atos.
“Recebi a palavra de Javé que me dizia: ‘Antes de formar-te no ventre de tua mãe, eu te conheci; antes que tu fosses dado à luz, eu te consagrei, para fazer de ti um profeta das nações” (Jr 1, 4-5). Assim falou Deus ao profeta Jeremias e, de algum modo, a todos nós revelando-nos que seu plano de amor a nosso respeito é anterior a nossa própria existência.
É bonito pensar que Deus sonhou a fidelidade, o amor e a felicidade de seus filhos de forma plena e eterna. Viver bem a própria vocação como uma missão é um caminho seguro para a felicidade eterna.
Assim se expressava São Paulo: “Anunciar o Evangelho não é um título de glória para mim; pelo contrário, é uma necessidade que me foi imposta. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho! (...) Embora eu seja livre em relação a todos, tornei-me o servo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. (...) Tudo isso eu o faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dele”. (ICor 9, 16.19.23)
Neste mês tão especial, em nosso coração devem surgir alguns questionamentos: a que somos chamados por Deus? Temos procurado fazer a sua vontade? Vivemos a confiança nos planos de amor de nosso Pai? Viver a própria vocação - matrimonial, consagrada ou leiga - é um caminho para a felicidade e deve ser vivido na fidelidade e no serviço generoso a Deus e as homens.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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