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Eucaristia e missão: O culto espiritual
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Caros amigos, durante o Ano Eucarístico Diocesano nossos olhos fixam-se na missão que Jesus Cristo nos encomendou, pois Ele nos confiou nada mais nada menos que sua própria missão salvadora. Mas este olhar contempla a missão a partir da Eucaristia: ela amplia nossos horizontes de reflexão e direciona nossos esforços.
Quando alguém aceita ser discípulo de Jesus, entra em uma dinâmica surpreendente de "configuração a Cristo”. Toda a Sagrada Escritura seria um testemunho insuficiente do "Mistério de Cristo”, se não fôssemos capazes de "viver imersos” neste mistério.
São Paulo, depois de falar sobre o "endurecimento de Israel” diante da sublime revelação do Filho de Deus (Cfr. Rm 9-11), exorta os cristãos de Roma a viverem o autêntico cristianismo quando diz: "Eu vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar”. (Rm 12, 1-2).
Desta "transformação da maneira de pensar e julgar” nasce o discípulo, nasce o apóstolo. Antes eram somente homens terrenos, que pensavam segundo as coisas da Terra (Cfr. Jo 3, 31), mas, uma vez incorporados à dinâmica eucarística, que é a dinâmica do dom, do sacrifício e do amor, renascem como novas criaturas (Cfr. 2Cor 5, 17).
Assim o ensinou o Papa Emérito, Bento XVI, citando Santo Agostinho: "‘Sou o pão dos fortes; cresce e comer-Me-ás. Não Me transformarás em ti como ao alimento da tua carne, mas mudar-te-ás em Mim’. Com efeito, não é o alimento eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que acabamos misteriosamente mudados por ele. Cristo alimenta-nos, unindo-nos a Si; ‘atrai-nos para dentro de Si’”. (Sacramentum Caritatis, 70) Deste modo, o "culto espiritual” deve ser a vida dos "evangelizadores com espírito” de que nos fala o Papa Francisco (Cfr. EG, 262): homens que "rezam e trabalham”, não por protocolo, mas porque são impulsionados pelo Espírito Santo a uma oferta total em comunhão com Santa Mãe Igreja.
De fato, "a vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua oblação total, adquirindo assim um novo valor. O sacrifício de Cristo presente sobre o altar proporciona a todas as gerações de cristãos a possibilidade de se unirem à sua oblação”. (Catecismo, 1368)
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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