Esperança na tribulação

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Caros amigos, nossa vida é permeada de situações que desafiam a nossa fé. São momentos que nos amedrontam ou entristecem por contrariar profundamente nosso desejo natural de bem estar. A esta realidade costumamos dar o nome de “mal”, que é justamente o contrário do bem que esperamos.

Sabemos que passar pelos “maus momentos” não é uma questão de opção, pois independentemente de qualquer situação particular, todos enfrentam adversidades e elas sempre aparecerão. Sobretudo, se nos propomos a uma causa mais elevada, nobre e boa. Aos que levam a vida sem um sentido de missão a cumprir, as adversidades podem até parecer mais leves, pois quanto mais altos forem os ideais, maior será a luta para alcançá-los.

 São Paulo, ao enumerar as muitas adversidades que encontrou em seu ministério (2Cor 6, 4-10) demonstra, ao mesmo tempo, a grandeza que almeja alcançar. Também declarou:“Penso que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8, 18), e ainda: “Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (v. 28).

O apóstolo está falando de um bem que subsiste sempre, mesmo em meio às contrariedades e, deste modo, aponta para Deus que é sempre bom e fiel. É como uma tapeçaria, que por um lado parece um conjunto de cores sem harmonia ou beleza, mas que, quando visto do lado correto, revela uma obra de arte.

Também esta pode ser a leitura que fazemos de muitos fatos de nossa realidade pessoal e da história do mundo, quando assumidos como provações e com espírito de fé.

Ensina o apóstolo São Tiago: “Considerai uma grande alegria, meu irmãos, quanto tiverdes de passar por diversas provações, pois sabeis que a prova da fé produz em vós a constância”; e São Paulo: “Nos gloriamos também em nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, esta leva a uma virtude provada e a virtude provada desabrocha em esperança” (Rm 5, 3-4); e São Tiago: “Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1, 12).

Deus não se agrada do sofrimento... Contudo, a santidade procurada em nosso mundo imperfeito, e muitas vezes perverso, encontrará resistências dentro e fora do próprio homem. 

Porém, se as enfrentar com fé, enxergará também a beleza da construção do homem novo, que vai se estampando pelo outro lado desta tapeçaria de nossa vida.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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