Entre o céu e a terra

terça-feira, 05 de julho de 2016

Caros amigos, a fé nos dá mais consciência da nossa condição de “seres na fronteira entre o céu e a terra”. Pois, nossa existência neste mundo não pode ser explicada somente pelas leis que regem as coisas visíveis, mas também participamos do mundo espiritual (Cfr. Catecismo, 356. 362-368).

De fato, já iniciamos uma jornada em direção ao céu, às coisas invisíveis. Como ensina a sagrada escritura: “Não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da que está para vir”. (Hb 13, 14)

Também nossas ações não são simplesmente materiais, mas têm uma consequência eterna. Este é um dos ensinamentos básicos do Evangelho de Nosso Senhor: “Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam” (Mt 6, 19-20) e ainda: “Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna”. (Jo 6, 27)

Poderíamos citar ainda muitas outras passagens dos quatro evangelhos a este respeito. Eles nos ensinam que em cada decisão humana esconde-se aquela escolha fundamental que, em um inefável diálogo entre liberdade humana e vontade divina, vai aos poucos construindo um destino eterno que está reservado para cada um, pois “desde o princípio Deus criou o ser humano e o entregou às mãos do seu arbítrio” (Eclo 15, 14).

Mas, o correto é que cada um viva conforme a fé que professa. Esta é a fé que “age pela caridade” (Cfr. Gl 5,6). Este ponto revela, então, uma importante missão da Igreja que, como mãe e educadora (Cfr. Catecismo, 2030ss), deve iluminar a consciência de todos através da contínua pregação do evangelho para que os homens procurem a verdade e se afastem do erro (Cfr. Lumen Gentium, 17).

Deve também acompanhar cada filho de Deus em suas lutas e fadigas diárias animando-os, exortando-os e consolando-os para que nada falte aos que o Pai chamou à plena felicidade do céu.

Neste sentido, ela “acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam. Conhece as longas esperas e a fadiga apostólica”. (Evangelii Gaudium, 24)

Concluo esta reflexão dizendo que na exigente tarefa de procurar a salvação os homens não estão sozinhos, pois podem sempre contar com a Igreja. Ela recebeu de Deus a missão de ensiná-los, santificá-los e guiá-los para a salvação eterna e feliz. Aquele que se confia aos seus ensinamentos, não se perde no caminho.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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