Em comunhão na missão

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Caros amigos, estamos vivendo o "Ano Eucarístico Diocesano”. Tempo para meditar mais sobre a Eucaristia e sua importância na vida da Igreja, e, por conseguinte, em nossas vidas. O tema deste Ano Eucarístico é "Eucaristia e Missão”.

Assim nos ensina o Concílio Vaticano II: "Na última ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue. (...) Sacramento da piedade, sinal da unidade, vínculo da caridade, banquete pascal em que Cristo é recebido como alimento, o espírito é cumulado de graça e nos é dado o penhor da glória futura” (SC 86).

Os efeitos da Eucaristia, contudo, não beneficiam somente o indivíduo que o recebe, mas se expandem na vida comunitária com "a fé que age pela caridade” (Gl 5,6). Podemos dizer que a missão é superabundância da vida da graça, é transbordamento da vida nova no Espírito que se fortalece na Eucaristia, que nos une a Cristo.

Cristo, por sua vez, "une a todos os fiéis em um só corpo, a Igreja. A comunhão renova, fortalece, aprofunda esta incorporação à Igreja, realizada já pelo Batismo. No Batismo, fomos chamados a constituir um só corpo. A Eucaristia realiza este apelo” (Catecismo, 1396)

Afirmo, a partir desta verdade, uma ideia sumamente importante neste Ano Eucarístico Diocesano: precisamos crescer na consciência de nossa missão evangelizadora, enquanto "corpo eclesial” unido e sustentado pela Eucaristia.

Contudo, tal unidade "representada e realizada” pelo Santíssimo Sacramento (Cfr. LG 3) encontra a resistência de nossos pecados pessoais e das forças do mal que procuram em todo o tempo desunir a Igreja de Cristo. A unidade exige também nosso esforço.

Perdemos muito tempo e energia reparando as feridas de nossa unidade, consolando as vítimas e corrigindo os culpados. É normal que os problemas apareçam no seio da comunidade, pois somos pessoas diferentes, apesar de procurarmos objetivos comuns, mas precisamos refletir muito sobre os diversos aspectos comunitários que são fragilizados unicamente pelos nossos pecados contra a comunhão.

Perdemos muito quando permitimos uma Igreja dividida em grupos antagônicos, as críticas maldosas e sem intenção de reflexão e crescimento, o endurecimento em opiniões fechadas ao crescimento e à mudança, o egoísmo e a indiferença diante das necessidades dos irmãos, entre outros pecados.

A unidade nos faz crescer em eficácia apostólica e santidade. Dá-nos, Senhor, estes frutos de comunhão.


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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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