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Discipulado e missão: duas faces de uma mesma moeda
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Caros leitores, no artigo de hoje gostaria de destacar duas notas indispensáveis do homem e da mulher que querem seguir a Jesus Cristo. Por um lado, a vida interior, vida de discípulo de Cristo que constrói sua existência a partir da intimidade com o Mestre; e, por outro lado, o ardor missionário, que é testemunho para o mundo deste encontro transformador com Nosso Senhor.
Gosto do modo como se expressa o Documento de Aparecida: "Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas em compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8)” (n. 146).
Quando somos alcançados por Cristo em seu Amor, a responsabilidade de batizados se torna para nós uma realidade gozosa que transfigura toda nossa existência. O discípulo não atua por um temor servil, mas pelo amor apaixonado que surge do encontro com o Mestre e do movimento de fazer-se cada vez mais semelhante a Ele. A missão evangelizadora é indispensável à vida da Igreja porque ela nasce do convívio com o seu Fundador e da participação em sua própria missão.
No sacramento da eucaristia encontramos a meta e começo de toda atividade evangelizadora da Igreja. Em consequência, a vida eucarística é uma vida naturalmente missionária. Sob essa luz, podemos compreender porque o Ano Eucarístico, o qual Nossa Diocese está vivendo, é também um ano Missionário (Eucaristia e Missão), pois é impossível não anunciar o amor que nos visita a cada comunhão.
Se o cristão é autêntico Discípulo, é também Missionário: leva aos outros a alegria que recebeu. Existem muitos modos de missão: participando das pastorais paroquiais e diocesanas; cumprindo nossas obrigações diárias com espírito cristão, ou seja, sem renegar nossas convicções de fé; entregando-se ao ministério ordenado ou a um serviço específico através da vida religiosa; participando de movimentos missionários de espiritualidade, formação doutrinal ou promoção social; entre outros muitos.
Entretanto, é penoso constatar uma espécie de anemia espiritual nos cristãos, que, acomodando-se a certas práticas de piedade, não dão o passo seguinte que Deus lhes pede. Peçamos ao Senhor uma purificação do nosso olhar, para enxergar qual é o caminho pelo qual Ele nos quer conduzir na perseverança.
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Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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