A devoção ao Espírito Santo

terça-feira, 19 de maio de 2015

Caros amigos, finalizando o tempo pascal, as leituras da liturgia vão progressivamente colocando-nos na expectativa do cumprimento de uma promessa de Jesus Cristo: “Eu vos digo a verdade: é bom para vós que eu vá. Se eu não for o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu o enviarei a vós. (...) Quando ele vier, o Espírito da verdade, vos guiará em toda a verdade.” (Jo 16, 7.13).

A Igreja comemora a vinda do Espírito Santo na festa de Pentecostes. De fato, o Espírito Santo é o consumador da obra pessoal e comunitária de santificação da Igreja. Pois, ao mesmo tempo em que rege interiormente os corações de seus fiéis, também acompanha a história do mundo e da humanidade, levando-a para seu final inexorável, que é o triunfo de Deus sobre o mal.

Entretanto, não obstante esta realidade de graça e salvação, a humanidade vive uma desconcertante indiferença em relação ao inesgotável Dom de Deus. Por isso, muitos santos conferiram ao Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, o epíteto de “o grande desconhecido”, justamente por ser a menos conhecida das três Pessoas Divinas, apesar de ser a mais próxima de nossa alma.

Para conhecer e ser devoto do Divino Espírito Santo não bastam orações e práticas piedosas. A Ele é devida uma “devoção particular” que consiste em corresponder fielmente às Suas luzes, às Suas graças e inspirações. Deste modo, não estamos falando de orações específicas ou de um específico modo de orar, mas de sermos atentos à voz de Deus que, antes que Lhe digamos algo, já age em nossos corações com sua luz, guiando-nos para o bem e unindo-nos a si.

O mundo parece usar constantemente fones de ouvido e só olhar para uma tela colorida, perdendo-se cada vez mais em si mesmo. No entanto, para fazer a vontade de Deus é preciso fazer mais silêncio e prestar-lhe atenção! Este é o primeiro ato de piedade para com o Divino Paráclito.

Será que Deus ainda encontra lugar e tempo na vida dos fiéis de nossa modernidade? Por que as pessoas fogem com tanta resolução dos momentos de silêncio e dos dias de retiro? 

Deus nunca fugiu do mundo, Ele sempre comunicou o seu Amor Eterno a todos em uma ininterrupta corrente de graças. Mas o mundo foge da oração e do silêncio, e consequentemente, foge de Deus.

Na preparação para a solenidade de Pentecostes, convido a todos os fiéis que falem com menos superficialidade e rezem mais, procurando conhecer e obedecer à Divina Luz que rege a Igreja e os corações dos fiéis.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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