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Democracia e Cidadania - 16 de novembro.
Caro leitor, vivemos uma das etapas mais importantes da vida democrática de nosso país: as eleições. Iniciamos, entretanto, outra fase muito importante para nossa cidadania: a de interagir com o governo para o progresso de nosso país. Nossa responsabilidade política não termina com as eleições, e neste momento é importante a adesão aos verdadeiros valores do progresso humano.
A Doutrina Social da Igreja nos recorda que “uma autêntica democracia não é o somente o resultado de um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos: a dignidade da pessoa humana, o respeito dos direitos do homem, do fato de assumir o « bem comum » como fim e critério regulador da vida política. Se não há um consenso geral sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade”. (CDSI, 407)
O maior inimigo de nossa vocação ao progresso é o relativismo ético reinante nas atuais democracias. Temos a impressão de que falta um critério de verdade que disponha uma autêntica hierarquia de valores e que inspire nosso agir político. Quando não existe nenhuma verdade última que guie e oriente a ação política, as idéias e as convicções podem ser facilmente instrumentalizadas para fins de poder. A história demonstrou que uma democracia sem valores converte-se facilmente num totalitarismo aberto ou dissimulado.
Atualmente no Congresso Nacional se discutem leis que atentam gravemente contra os valores acima mencionados: por exemplo, o projeto de lei nº 1135 de 1991, que quer revogar o artigo 124 do Código Penal, ou seja, quer a descriminalização do aborto.
Em sua última Carta Encíclica, o papa Bento XVI nos esclarece a respeito: “Muitas vezes, ao longo da história, pensou-se que era suficiente a criação de instituições para garantir à humanidade a satisfação do direito ao desenvolvimento. Infelizmente foi depositada excessiva confiança em tais instituições, como se estas pudessem conseguir automaticamente o objetivo desejado. Na realidade, as instituições sozinhas não bastam, porque o desenvolvimento humano integral é primariamente vocação e, por conseguinte, exige uma livre e solidária assunção de responsabilidade por parte de todos.” (CV, 11).
Ainda é necessário falar de “ficha limpa”: Tanto para os políticos como para os cidadãos comuns que, a partir de sua honestidade e compromisso social, serão bom fermento na sociedade brasileira.
Que Deus abençoe a todos os homens de boa vontade do nosso Brasil!
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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