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De quem é a culpa?
Caros amigos, vejo perplexo nos meios de comunicação as notícias acerca de movimentos que reivindicam o respeito à dignidade de seus integrantes. Digo perplexidade porque o que acontece é a violação de direitos constitucionais e o profundo desrespeito ao próximo.
Não podemos esquecer que em todos os ambientes normais da vida o respeito não se compra ou se ordena, o respeito se conquista! São as atitudes de um indivíduo ou de um grupo que despertam respeito e causam admiração. As leis podem e devem garantir direitos, mas nunca conseguirão exigir respeito.
Consta no artigo 208 do Código Penal Brasileiro, por exemplo, que “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” é crime, mas tenho certeza de que não foram estas linhas que provocaram as reações de indignação em todo o Brasil pelo uso lamentável de símbolos religiosos na “Parada Gay 2015”, em São Paulo.
Nosso povo é religioso e majoritariamente cristão. O ataque ostensivo e vulgar a símbolos cristãos não atinge somente às instituições, mas aos brasileiros. Atos desta natureza, e sua impunidade, denunciam a decadência de uma sociedade. Por isso, além da perplexidade, o sentimento que mais cabe neste momento é a compaixão.
Todos estes lamentáveis movimentos passam. E o que fica? Fica uma sociedade dividida em grupos antagônicos, que se odeiam, que resistem a ouvir-se porque já chegaram ao nível da ofensa mútua, e, por cima de tudo, ainda esperam uns dos outros o respeito. Mas que tipo de respeito? O respeito do medo, de uma paz armada?
Este modo de proceder não representa os homossexuais do Brasil. Falo daqueles que procuram levar uma vida digna, daqueles que lutam por uma participação social honesta e são respeitados por isso, daqueles que não se degradam e nem querem carregar um rótulo. Consciente disto, a Igreja ensina oficialmente a respeito dos homossexuais: “Deve-se evitar todo tipo de discriminação injusta” (Catecismo, 2358); e exige o mesmo que se exige de todos os fiéis: “que são chamados a castidade” e “podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã” (Cfr. Catecismo, 2359). A Igreja não segrega os homossexuais em uma “classe” separada de pessoas, como tentam fazer muitos ditos “defensores das causas GLBT”, mas os vê como pessoas, dignas do respeito de todos e, como nos ensinou Jesus Cristo, também do amor fraterno.
Portanto, de quem é a culpa da discriminação? De Jesus Cristo, que pregou o amor ao próximo? Daqueles que creem em Cristo? Ou será que a culpa de tanta violência não seria de um pequeno, barulhento e violento grupo que se arroga representar uma parcela da população, mas que só consegue reproduzir desrespeito e crime?
O desrespeito e o crime não são características dos homossexuais. Criminosos existem em todos os lugares! Mas a única coisa que conseguem é uma relativa satisfação pessoal e, o que é mais duradouro, a desmoralização do grupo a que representam.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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