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Conversão - 13 de dezembro 2011
Caros amigos, o tempo do advento nos faz um forte apelo à conversão e à reconciliação. Cada domingo, guiados pela liturgia da Igreja, é como se ouvíssemos a radical exigência evangélica: “Convertei-vos porque o Reino de Deus está próximo” (Mt 3,2).
Muitas são as situações que tentam nos convencer de que a decisão da mudança real de nossa vida deve ser adiada. As preocupações, o apego aos bens materiais, a sedução dos prazeres, o orgulho e a vaidade tendem a nos deixar comodamente instalados em nossa atual situação e nos fecham à ação de Deus. Por isso o advento é tempo de expectação e vigília, tempo de sobriedade e atenção, pois Deus todos os dias visita o homem com sua graça, e poucas vezes atentamos para sua chegada.
A dramática imagem da sagrada família de Nazaré que pede abrigo na noite de Natal e não encontra lugar em Belém se repete muitas vezes em nossas casas, lugares de trabalho e escola. A tradição cristã nos leva a montar presépios que recordam o momento do nascimento de Jesus, mas precisamos nos questionar sobre o real lugar que destinamos para o Senhor e se estamos dispostos a uma conversão autêntica de nossos costumes. Este não é um tema reservado somente ao advento e ao Natal, mas é central na vida dos que creem em Deus.
Na sua mais recente Exortação Apostólica, fruto do II sínodo especial sobre a África, o Santo Padre Bento XVI nos alerta: “Cristo chama constantemente à metanoia, à conversão. Os cristãos estão sob o influxo do espírito e dos hábitos do seu tempo e do seu ambiente; mas, pela graça do seu Batismo, são convidados a renunciar às tendências nocivas imperantes e a caminhar contracorrente. Tal testemunho exige um decidido compromisso por uma conversão contínua ao Pai, fonte de toda a vida verdadeira, o único capaz de nos libertar do mal e de toda a tentação e de nos conservar no seu Espírito, mesmo no meio do combate contra as forças do mal” (Africae Munus, 32).
Transformar a sociedade a partir de uma radical conversão de nossos corações: esta é a única via real para a construção do Reino de Deus. Só de um coração transformado surgem atitudes de fraternidade concreta, de responsabilidade social e de defesa da justiça, sinais claros da presença de Cristo e de seu Reino.
Onde o egoísmo insiste em fechar as portas para Cristo, a caridade cristã deve continuar preparando um lugar para o Senhor, que virá para nos salvar. É com a conversão que testemunharemos nossa fé e prepararemos seus caminhos. Deus abençoe a todos!
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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