Colunas
Consagrados na educação
Caros amigos, após abordar a questão da vocação do professor católico, continuamos nossa reflexão sobre os religiosos e religiosas que consagram suas vidas a Deus e inegavelmente marcaram a história mundial das instituições educativas. Basta olhar a atuação dos padres jesuítas e das irmãs dorotéias, mercedárias e salesianas na história de nossa Diocese para perceber sua importância.
Hoje, entretanto, é notório que as congregações passam por um período de carência de vocações, motivo pelo que muitas tarefas dentro das instituições vão sendo progressivamente delegadas a leigos. Deste fato, porém, não se conclui que o papel da vocação religiosa nas escolas seja substituível. Ao contrário, é de suma importância!
Em primeiro lugar, porque os consagrados e consagradas enriquecem o ambiente escolar com os valores próprios do seu carisma específico e testemunham a solicitude da igreja por oferecer a todos os homens um instrumento eficaz de formação integral; e em segundo lugar, porque pela prática dos conselhos evangélicos, oferecem às novas gerações uma proposta concreta de vida inspirada em Cristo, que se baseia na alegria de acolher com generosidade o projeto do Pai.
A estreiteza de horizontes com a que é tratada por muitos a educação hoje reduz o sentir e o agir das instituições educativas a verdadeiros escravos do mercado capitalista e faz com que se construa uma sociedade também estreita, cinza e infeliz.
Os jovens não são motivados a alimentar ideais nobres, mas simplesmente encaminhados ao lucro e à busca de prazeres finitos. Não se deixa espaço para a escuta da vontade de Deus, para uma verdadeira realização pessoal pelo trabalho e pelo serviço aos irmãos. Estas são palavras que desaparecem na corrente de uma vontade de “crescer na vida”, de “colocar-se” na sociedade. Vontade esta que é progressivamente animada pelas ações governamentais que, contrariando a própria Constituição Federal, inibem o ensino religioso confessional e plural nas escolas, desvalorizando as opções religiosas concretas dos alunos e de seus pais, e assim, coartando um de seus direitos mais fundamentais e ameaçando a própria liberdade dos cidadãos.
Deste modo, valorizar e revigorar a presença da vida consagrada nas escolas é uma necessidade atual!
Aproveito para expressar a gratidão da Igreja a todos os consagrados que deram sua vida pela educação católica e animo os jovens a olhar acima dos interesses puramente materiais e ouvir com coragem a voz de Deus que nos chama a fazer a sua vontade.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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