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Como ler a Bíblia?
Caros amigos, setembro é lembrado na pastoral da Igreja como “mês da Bíblia”. São inúmeras as iniciativas das Paróquias e Comunidades em realizar encontros formativos, semanas bíblicas e folhetos de catequese com o objetivo de incentivar a leitura e meditação dos textos sagrados.
Entretanto, muitos fiéis ainda perguntam sobre o melhor modo de ler a Sagrada Escritura. O Catecismo da Igreja Católica diz o seguinte: “A Igreja exorta todos os fiéis cristãos, com veemência e de modo peculiar a que pela frequente leitura das divinas Escrituras aprendam ‘a eminente ciência de Jesus Cristo’ (Fp 3, 18). Lembrem-se, porém, de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração, a fim de que se estabeleça o colóquio entre Deus e o homem; pois ‘a Ele falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos’ (Santo Ambrósio)”. (Catecismo, 2653)
Assim, a leitura da Palavra tem a finalidade de buscar a Deus e ter um diálogo mais íntimo com Ele. A Igreja vive nesta intimidade e propõe todos os dias alguns textos na celebração da Eucaristia. A leitura da Sagrada Escritura diariamente é, sem dúvida, um caminho excelente! E, caso o fiel queira aprofundar-se no conteúdo dos textos, é aconselhável que procure um sacerdote ou catequista que lhe oriente e facilite a compreensão da mensagem.
Em todo caso, é importante lembrar que “nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal” (2Pe 1, 20). Deste modo, para evitar que a interpretação pessoal desvinculada da Tradição crie divisões entre os cristãos, fato que lamentavelmente é muito recorrente, Deus autorizou unicamente ao Magistério vivo da sua Igreja a interpretação das Sagradas Escrituras, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo (Cfr. Catecismo, 85)
Ensina o Concílio Vaticano II: “Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas” (DV, 8).
Assim, não devemos nos esquecer de que a interpretação legítima das Sagradas Escrituras é dada à luz do magistério, ou seja, em comunhão com a Igreja. Mesmo dentro dos círculos bíblicos e grupos de oração é importante atentar que não se pregue um Evangelho diferente daquele que recebemos do Senhor Jesus, por meio dos Apóstolos (Cfr. Gl 1, 8). Somos, portanto, mais uma vez convidados à formação permanente cristã, sempre disposta a aprender e progredir na intimidade com a Palavra de Deus, com o coração atento ao que o Espírito Santo diz à Igreja (cf. Ap 2, 7). E, por fim, convém lembrar que buscar conhecer a Palavra autenticamente interpretada pela Igreja é também um ato de amor e serviço aos irmãos.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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