Colunas
Como discípulos - 18 de abril 2011
Na liturgia da Palavra do Domingo de Ramos, porta de entrada para a Semana das semanas de nosso Ano Litúrgico, se lê: “O Senhor Deus (...) me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás”. (Is 50, 4-5)
A procissão do Domingo de Ramos é antes de tudo uma procissão festiva, um gozoso testemunho que nós oferecemos a Jesus Cristo, aquele que nos abriu o acesso aos tesouros do coração de Deus e nos ensina o amor ao próximo; sinal iniludível de amor ao Pai do Céu.
Caminhando com o Senhor nós cantamos “Hosana” ao Filho de David, porque Ele é nosso Rei e nós somos seus discípulos que querem segui-lo com o coração aberto e alegre. Os ouvidos aos quais faz referência o profeta Isaías manifestam esta intimidade que devemos ter com o Mestre. Pelos exercícios quaresmais nos acostumamos a ouvi-lo e agora queremos imitar seus passos. Oxalá decidíssemos hoje segui-lo sem reservas e perdêssemos todo este medo de sermos autênticos seguidores de Cristo.
Ao chegarmos ao templo com a procissão de Ramos, lá ouvimos pela primeira vez no ano o relato da paixão do Senhor. Aprenderemos com o grande Amante da humanidade quais as consequências do amor irrestrito ao plano de Deus.
O texto da primeira leitura continua da seguinte forma: “Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu Auxílio, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado”. (Is 50, 6-7)
Quando pretendemos seguir Jesus Cristo, sempre haverá ventos contrários. Por exemplo: Em ambientes que antes nos pareciam indiferentes, notamos uma considerável resistência ao evangelho de Cristo; nossas atitudes e palavras que antes passavam despercebidas, agora parecem incomodar aqueles que ainda não descobriram a alegria de estar com o Mestre. Diante destas barreiras, porém, devemos mostrar nosso otimismo sobrenatural e nossa generosidade de cristãos “porque Deus é nosso Auxilio”.
Na Jerusalém daquele tempo, alguns dias após sua entrada triunfal, Nosso Senhor sofreu o abandono de quase todos os discípulos. Como bons aprendizes, prestemos muita atenção a tudo o que Deus nos inspira neste Tempo Santo, para que diante das contrariedades de todos os dias, não deixemos mais uma vez o Senhor abandonado em sua paixão pelo mundo. Que Maria, nossa Mãe, nos ensine a perseverar no seguimento.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário