As tentações de Jesus - 15 de março 2011

domingo, 31 de julho de 2011

O domingo passado nos propôs como tema de reflexão as tentações de Jesus. No início de seu ministério, Cristo jejuou quarenta dias no deserto e lá foi tentado pelo demônio.

Na mensagem para a Quaresma deste ano, o Santo Padre Bento XVI nos diz: “O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo: caminho, verdade e vida. (...) Cristo sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal”.

O mal que está no mundo se manifesta de muitas formas. Este ano a Campanha da Fraternidade reflete sobre o tema: “Fraternidade e a vida no planeta”.

Nos tempos primitivos, a influência do homem sobre o ambiente era limitada. Sem dúvida a tendência para o uso deturpado dos bens da criação é tão antiga quanto a história humana, mas o dano que podia ser causado era muito circunscrito. O avanço da modernidade, o fenômeno do urbanismo e sobretudo o efeito das diversas revoluções industriais mudaram este panorama, causando uma ruptura de equilíbrios. O forte impacto que a tecnologia produz sobre o ambiente é grande, e às vezes indiscriminado: o aumento da poluição em seus diversos níveis, a escassez dos recursos não renováveis, e as possíveis catástrofes biológicas possibilitadas pela manipulação genética nos alertam sobre a urgência de um avanço da consciência ecológica e ética, no respeito ao meio ambiente e à dignidade humana.

Cristo ao superar as tentações do ter (Mt 4, 3), do ser (Mt 4, 6) e do poder (Mt 4, 9); nos dá o exemplo e a força para usar corretamente os bens da criação.

As infinitas possibilidades que a ciência oferece ao homem, já pós-moderno, devem ser exploradas na medida em que as leis da natureza no-lo permitem. Não há sentido em simplesmente transformar os bens da criação para melhorar a qualidade de vida, se com isto ameaçamos a sustentabilidade da própria vida no planeta. Devemos respeitar a ordem estabelecida pelo Criador, pois o evangelho que meditamos no Primeiro Domingo da Quaresma nos revela que a tentação de um pretenso poder ilimitado sobre o mundo não passa de uma ilusão do demônio.

Não basta ter boas intenções, as ferramentas que usamos para alcançar o bem também devem ser boas, e seu resultado também! Só deste modo faremos a verdadeira consciência ecológica, que não endeusa o meio ambiente, mas visa o progresso sustentável da humanidade e do planeta.

TAGS:

Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.