Ano da Fé: santificação do tempo

terça-feira, 11 de junho de 2013

Caros amigos, com o grande milagre da encarnação do Senhor, Deus entrou definitivamente na história humana. Em Jesus Cristo coexistem o tempo e a eternidade, pois Ele, sendo Deus, se fez homem e "trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado” (GS, 22); e, como sumo e eterno sacerdote, "trouxe a este exílio da terra aquele hino que se canta por toda a eternidade na celeste mansão. Ele une a si toda a humanidade e associa-a a este cântico divino de louvor”. (SC, 83)

É verdade que todo o tempo pertence a Deus, mas o Criador escolheu um momento para se manifestar, do mesmo modo que escolheu um povo para revelar-se à humanidade. E a Igreja continua, no tempo presente, o louvor ininterrupto de Jesus Cristo por meio de sua liturgia (Cfr. SC 83). 

Desde os primórdios da Igreja, o curso diurno e noturno é santificado pela prece do Povo Santo de Deus. O evangelho nos ensina que Jesus "passava noites em oração” (cfr. Lc 6,12) e seu exemplo foi seguido pelos discípulos. São Paulo exorta a comunidade de Tessalônica a "orar sem cessar” (ITs 5,17).

O fiel entregou toda sua existência a Deus no dia de seu batismo, mas deve separar momentos privilegiados para esta entrega. Deste modo, a oração começa a estabelecer um ritmo para a vida, que, de modo eminente, é manifestado na recitação da Liturgia das Horas e nas celebrações do Ano Litúrgico.

O Concílio, quando implementa uma renovação nestes dois campos, interessa-se em propiciar, segundo as circunstâncias atuais, uma fiel e mais perfeita recitação do ofício (cfr. SC, 87) e um alimento sólido para piedade dos fiéis nas celebrações ao longo do Ano Litúrgico (cfr. SC, 107). Assim, para a renovação litúrgica, é importante que os fiéis sejam cada vez mais instruídos sobre o significado e a importância destes tempos dedicados a Deus, e incentivados a vivê-los. Se assim for feito, a Liturgia das Horas e o Ciclo Litúrgico podem transformar-se em importantes ferramentas da pastoral.

Se admitirmos que a crise da Igreja de nossos tempos é também uma crise de fé (Cfr. Bento XVI, 25/09/2011), deveremos reconhecê-la também como uma crise de oração. Precisamos reconhecer "que só o Senhor pode dar eficácia e fazer progredir aos nossos trabalhos, Ele que disse: ‘Sem mim, nada podeis fazer’” (Jo 15, 5). (SC 86.) Rezemos uns pelos outros!


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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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