Ano da fé

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Queridos irmãos, no dia 11 de outubro, 50 anos depois da abertura do Concilio Vaticano II, a Igreja inaugurou mais um ano temático de reflexões e iniciativas apostólicas, o chamado “Ano da fé” que findará na Solenidade de Cristo Rei de 2013.
A fé é dom precioso de Deus que nos leva à Vida e devemos cuidar para que continue viva em nós e dando vida a todos os nossos projetos e obras. São Tiago em sua carta (cfr. Tg 2,14-26) nos exorta a perceber que o sinal irrenunciável da vitalidade da fé são as obras que provêm da fé. Entretanto, estamos em uma sociedade muito acostumada com uma visão incompleta da fé em Cristo, que vê na religião somente um conjunto de normas, regras e letras, e, ainda assim, muitos acreditamos que a fé seja um pressuposto óbvio da vida diária de nosso povo.
O essencial na fé católica não é a letra ou o livro, mas o encontro com a pessoa de Jesus Cristo (cfr. DCE, 1). Somente a partir deste encontro transformador é possível conceber o que o Novo Testamento chama de uma “vida nova”, ou seja, uma vida no Espírito Santo, pautada no Evangelho de Jesus Cristo.
A Igreja, sacramento universal da salvação, é o lugar onde esta vida nova deve desenvolver-se auxiliada pela graça de Deus, porém ainda que contemos com todos os meios para a salvação e saibamos que nossa fé tem um necessário lastro comunitário, devemos reconhecer que o caminho da fé é um caminho pessoal de escuta da Palavra anunciada e de liberdade para converter-se para boa notícia do Reino de Deus. Assim, não desaparece de nosso horizonte de cristãos o perigo de abandonarmos nossa fé ou, pelo menos, de deixá-la esfriar em nossa vida.
Nosso grande inimigo não está na incredulidade, o que poderia sugerir o título “Ano da fé”, mas está na ingenuidade de nosso acreditar. Não podemos ser sujeitos de uma fé ingênua!
A fé autêntica, como confiança inabalável no Senhor, é também inseparável da fé que professamos no Credo, da fé que conhecemos pela escuta, pelo estudo e pela meditação dos mistérios de nossa salvação.
Através do Santo Padre, o Papa Bento XVI, Deus nos chama a um ano de aprofundamento nas verdades de nossa fé e de experiência pessoal e concreta da vida em Cristo: “Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida!” (PF, 3). Portanto, mãos à obra, mergulhemos na vida divina que Cristo nos oferece, estudemos o Catecismo da Igreja, organizemos grupos de estudo e reflexão, vivamos com mais intensidade a liturgia e sejamos um verdadeiro sinal de Cristo no mundo!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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