Colunas
Amor conjugal - 16 de agosto 2011
Caros leitores, vivendo em uma sociedade cada vez mais adversa ao compromisso sério e duradouro — seja na esfera pessoal, seja na social — muitos podem julgar como uma grande ousadia, ou mesmo exagerado conservadorismo, pregar a indissolubilidade do matrimônio.
Segundo tal doutrina a união entre homem e mulher batizados, contraída diante da Igreja e consumada no leito conjugal, dura enquanto dure a vida dos cônjuges. Esta doutrina ficou na memória de todos pela frase “até que a morte os separe”. E, talvez por isso, esta seja a primeira ideia que nos vem à mente quando falamos de casamento. Entretanto, devo dizer que este é um conceito muito importante, mas derivado de outra verdade maior.
O mais importante é que o matrimônio é um caminho concreto de seguimento de Jesus Cristo e que, segundo os planos de Deus, desde a Criação, está direcionado para expressar o amor verdadeiro entre um homem e uma mulher e para a perpetuação da vida. Ambas as finalidades são essenciais, pois assim Deus o quis no momento da criação do ser humano e assim Cristo o confirmou quando esta realidade foi renovada pela Nova Aliança.
Consequência necessária deste amor verdadeiro é que dure até a morte de um dos cônjuges, pois ninguém deve entregar-se a outrem sem ter em vista um comprometimento duradouro, que não se baseia no simples sentimento, mas em uma decisão consciente, assumida nas pequenas ações de todos os dias.
Hoje, uma forte propaganda erótica, que reduz as relações humanas ao prazer, desacredita a possibilidade de uma vida inteira baseada no amor. Apesar de continuar-se utilizando esta palavra, não se entende bem o seu sentido e, como consequência, não se preocupa com a grave responsabilidade da abertura à vida e da educação dos filhos como parte essencial da união conjugal e da existência da sociedade.
Esta propaganda, que exalta unicamente o prazer momentâneo, se esquece que a vida humana não se conserva pelo prazer, mas pelo amor, que envolve responsabilidade e cuidado. Pois, de quê maneira pode manter-se a vida no mundo? E ainda, como pode subsistir o ser humano, senão através do compromisso mútuo e do cuidado?
Quando Cristo fala da indissolubilidade do matrimônio, reafirma algo profundamente inscrito no coração do homem, algo que remonta a sua criação. Quando um casal cristão se esforça pela fidelidade mútua e pela geração e criação dos filhos, dá um testemunho consonante à mesma verdade e é para o mundo profecia da civilização do amor.
![](https://acervo.avozdaserra.com.br/sites/default/files/styles/foto_do_perfil/public/colunistas/dom_edney_gouvea_mattoso_2017.jpg?itok=00ULQeFz)
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário