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As alegrias e esperanças do cristão
Caros amigos, gostaria de começar a reflexão de hoje com uma palavra do Concílio Vaticano II: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração”. (Gaudium et Spes, 1)
A partir deste parágrafo, gostaria de introduzir alguns pensamentos: Em primeiro lugar, desejo que todos percebam que a Igreja é composta de homens e mulheres que passam por alegrias e tristezas, esperanças e angústias, e, por isso, nunca poderá estar de todo alheia às situações concretas da vida. Portanto, a alienação dos problemas do mundo não é um caminho cristão.
Em segundo lugar, percebo que a Igreja precisa mostrar-se cada vez mais próxima dos mais pobres e sofredores, porque são os primeiros destinatários de sua missão e sede de uma misteriosa presença de Cristo, o Senhor. Pois, de algum modo, ele continua tomando sobre si nossas dores e enfermidades, e clama por cuidado e companhia em todos os seus filhos mais necessitados.
Por último, entendo também que este parágrafo leva-nos a um exame de consciência importante. Poderíamos nos perguntar: onde demonstramos solidariedade com os sofredores? Até que ponto somos sensíveis às alegrias e tristezas daqueles que estão à nossa volta? E até que ponto somos, inclusive, causa de alegria para eles? Ou, quiçá, quanto tempo gastamos pensando em nós mesmos e quanto gastamos pensando com benevolência em nosso próximo?
Quando a Igreja discute questões delicadas como a difícil situação hodierna das famílias cristãs, os desafios da paternidade e maternidade nos dias atuais, o acesso dos fiéis aos sacramentos e o acolhimento, por parte da Igreja, de todos os que se sentem excluídos, ela está demonstrando que o caminho da evangelização não pode distanciar-se do caminho concreto dos homens e mulheres de hoje. Contra todo artificialismo e intelectualismo que resiste em pensar no homem concreto e suas reais necessidades, a comunidade dos discípulos de Jesus precisa ter os olhos fixos em seu fundador para, n´Ele, encontrar as soluções mais verdadeiras para os dilemas que o mundo nos apresenta.
Que a Igreja seja sempre mais conhecida por sua abertura ao outro, por seu acolhimento sem reservas e pela franca defesa da verdadeira fé, que ilumina o mundo, pois esta é a sua missão!
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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