A visita de Francisco e o Estado Laico

quarta-feira, 07 de agosto de 2013

Caros amigos, o Santo Padre, o Papa Francisco, marcou profundamente o coração do nosso povo. Nunca se viu, no Brasil, um evento que atraísse tantas pessoas, sem contar os testemunhos positivos de consciência ambiental e ordem.

De fato, se pensamos na Semana Missionária que vivemos em nossa cidade, este resultado já era esperado. Aqui experimentamos reforma e ajuda a entidades beneficentes, denúncias de injustiças sociais, ordem, alegria... Por onde passaram os peregrinos só colhemos elogios.

Agora, entretanto, estando o Santo Padre já em Roma, são publicadas notícias muito pouco ingênuas, que misturam a falsa compreensão de estado laico à estatísticas parciais e mal fundadas, com o objetivo criar um clima desconfiança sobre a JMJ.

Em primeiro lugar, a verdadeira concepção de um Estado laico é a que o define como desligado de qualquer credo religioso, mas interessado no bem comum e nos lícitos desejos de sua população, que não é laica, mas composta por fiéis e por alguns que não professam religião alguma. De outro modo, cairíamos em uma espécie de "fundamentalismo laicista”, pouco democrático.

Assim, com os dados oficiais, ponderemos se a JMJ foi ou não de interesse nacional: Participaram do evento cerca de 3,7 milhões de fiéis só no domingo e durante a semana mais de 9 milhões de pessoas. Segundo o Ministério do Turismo, dentre os estrangeiros, 65% visitaram o Brasil pela primeira vez, e 93% têm interesse em voltar, o que redundará em benefício nacional para os próximos anos. Segundo pesquisa feita pela UFF, em parceria com a Secretaria Estadual do Turismo do RJ, a Jornada injetou, somente na cidade do Rio, R$ 1,8 bilhões, 17 vezes mais do que a Copa das Confederações em todo mês de junho, que trouxe 37 mil torcedores.

É importante recordar também que o Santo Padre é um líder religioso, e também um chefe de estado e merece ser recebido com segurança e honra, o que, mais uma vez, é concorde com os princípios de qualquer estado laico. Neste ponto, a boa disposição da população facilitou muito a segurança, sem contar que nosso visitante, por sua personalidade, não exigiu gastos desnecessários. Por exemplo, os R$ 50 milhões gastos com sua segurança, são menos de 2,8%, dos R$ 1,8 bilhões disponibilizados para a Copa das Confederações, JMJ, Copa do Mundo e Olimpíadas.

É bom estarmos informados para não cairmos em notícias que carecem de fundamentação segura e objetiva. Pois, todas as análises, e até criticas, são bem-vindas, desde que tenham por base a verdade.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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